Na última quarta-feira (20) o Ministro da Cidadania João Roma anunciou a criação do Auxílio Brasil, programa que será o substituto do Bolsa Família e deve atingir mais de 17 milhões de pessoas. 

Roma anunciou uma correção de 20% no valor de todos os benefícios pagos pelo governo federal, além de prometer um valor mínimo de R$ 400 no auxílio até o fim de 2022. A ajuda já começará a ser paga no mês de novembro. 

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Mas em um país em que a inflação acumulada no ano já atinge 10,25%, o dólar está batendo R$ 5,60 e produtos como gás de cozinha, gasolina e carne atingem preços cada vez mais altos, o que será que o brasileiro poderá comprar com esse valor? 

Tudo mais caro

Começando com a compra do mercado, em setembro o Procon em parceria com o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) publicou o levantamento em que a cesta básica na capital paulista atingiu R$ 673,75. 

Fatores como o mercado externo, o aumento do preço da cadeia produtiva e a seca explicam porque esses preços não vão cair tão cedo.

Falando da carne bovina e frango, o cenário não fica melhor: a primeira subiu quase 25% no período de 12 meses, já a segunda, muitas vezes usada como opção mais barata, está 29% mais cara. Cortes considerados de terceira, como pé, pescoço e carcaça de frango viraram opções desejadas. Também são comuns imagens de açougues vendendo osso de boi, coisa que era distribuída de graças anos atrás.  

Caso consiga fazer a compra de alimentos do mês, será preciso também comprar o gás de cozinha. De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) o preço médio do botijão na penúltima semana de outubro chegou a R$ 101,96, um aumento de 1,51% em uma semana e 36,4% no ano.

Quem depende do carro para trabalhar também está sentindo no bolso os aumentos semanais do combustível: a média do preço do litro da gasolina foi de R$ 6,21 para R$ 6,36 em duas semanas considerando a média dos estados brasileiros.