A Comissão Eleitoral da República Democrática do Congo (RDC) decidiu, neste sábado, adiar a divulgação dos resultados provisórios das eleições “para semana que vem”, em vez de domingo, como estava previsto.

“Não é possível publicar os resultados no domingo. Estamos avançando, mas ainda não estamos prontos”, declarou à AFP Corneille Nangaa, presidente da Comissão Eleitoral encarregado da centralização dos resultados.

Estas históricas eleições legislativas, realizadas em 30 de dezembro, devem definir quem sucederá ao presidente Joseph Kabila, que está no poder há quase 18 anos.

“Ainda estamos em torno de 45-48%” de votos apurados, disse o responsável eleitoral. “Daremos os resultados na semana que vem”.

A tensão política cresceu nos últimos dias neste país africano.

O candidato do regime é o ex-ministro do Interior Emmanuel Ramazani Shadary, e seus rivais opositores são Martin Fayulu e Félix Tshisekedi.

A Conferência Episcopal Congolesa (Cenco) afirmou na quinta-feira que conhecia o nome do vencedor e pediu à Comissão eleitoral independente (Ceni) que proclame os resultados de forma “respeitosa com a verdade”.

A Cenco enviou seus próprios observadores aos centros de votação.

A União Africana (UA) e a União Europeia (UE), além de Washington, pressionam o presidente Kabila, de 47 anos, para que os resultados respeitem “a verdade das urnas”.

A centralização dos resultados em nível local estava longe de ser concluída neste sábado, constatou a AFP em um centro local da Ceni.

Na capital, Kinshasa, apenas 187 dos 687 centros de votação tinha apurado totalmente seus votos.