Autoridades de saúde americanas recomendaram nesta quarta-feira uma redução de 14 para 10 dias do período de quarentena para as pessoas que tiverem contato com um caso positivo do novo coronavírus, caso as mesmas não tenham desenvolvido sintomas.

A quarentena, inclusive, poderia ser reduzida a sete dias se a pessoa exposta testar negativo para a doença, indicou o cientista Henry Walke, do Centros para o Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC). “A redução da quarentena pode facilitar para as pessoas o cumprimento dessa medida fundamental de saúde pública, reduzindo a dificuldade econômica associada a um período mais longo, principalmente se elas não puderem trabalhar durante o mesmo”, explicou.

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Os Estados Unidos, país mais afetado do mundo pela pandemia, registram mais de 150 mil novos casos por dia e se preparam para uma grande onda da doença devido às viagens ocorridas durante o feriado de Ação de Graças.

A nova recomendação sanitária, que será publicada no site do CDC, baseou-se nas pesquisas mais recentes sobre a facilidade de transmissão e evolução da doença. Walke advertiu, no entanto, que essa flexibilização acarreta riscos, e que as pessoas que terminarem a quarentena antes do prazo deverão seguir monitorando os sintomas durante os 14 dias completos, uma vez que existe entre 1% e 12% de chances de contágio. Para a quarentena de sete dias com teste negativo, o risco residual de transmissão da doença é de 5% a 10%.

O CDC também anunciou um guia de medidas, antecipando-se ao pico das viagens, que acontece durante as férias de Natal. A epidemiologista Cindy Friedman assinalou que a opção mais segura é adiar os planos de viagem e reunião. Caso isso não aconteça, o CDC recomenda que o teste viral seja feito de um a três dias antes do deslocamento, e que seja feito um novo teste após a viagem, em um prazo de três a cinco dias, que deve ser acompanhado de uma redução das atividades não essenciais durante os sete dias completos posteriores ao deslocamento, mesmo se o teste der negativo.

“Os testes não eliminam todos os riscos, mas, quando combinados com a redução das atividades não essenciais, detecção de sintomas e outras medidas de precaução, como uso de máscara e distanciamento social, podem tornar as viagens mais seguras”, reforçou Cindy.