Uma autoridade militar saudita e seu filho, pertencentes à família real, foram destituídos nesta segunda-feira (31), anunciaram os meios de comunicação oficiais, em meio a uma nova onda anticorrupção realizada por Riade.

O príncipe Fahad bin Turki, comandante das forças conjuntas, e seu filho Abdulaziz bin Fahad, vice-emir da região de Al Juf, estão sendo investigados por corrupção.

Também estão sendo processados por corrupção outros oficiais e civis do Ministério da Defesa, de acordo com um decreto da realeza citado pela imprensa oficial.

A destituição do príncipe Fahad, que comandou as forças de coalizão no vizinho Iêmen, “é um sinal forte contra a corrupção no exército”, analisou o especialista Ali Shihabi.

Trata-se da última limpa desde a destituição em final de agosto de governadores e funcionários do Ministério do Interior, acusados de corrupção em projetos turísticos do reino.

Em março, a ONG Human Rights Watch expressou preocupação pela detenção de 298 funcionários sauditas, acusados de corrupção. A entidade alertou para possíveis “processos injustos” em um sistema judicial opaco.

Vários altos funcionários do exército e do judicial figuram entre as pessoas presas por corrupção e desvio de cerca de 100 milhões de dólares, de acordo com Nazaha, um órgão estatal de luta contra a corrupção.

Em novembro de 2017, foi lançada uma campanha anticorrupção impulsionada pelo príncipe herdeiro Mohamed bin Salman. Centenas de príncipes, ministros e empresários foram detidos em um hotel de luxo de Riade.

Muitos deles permaneceram detidos no local por semanas e só foram libertados após assinar acordos financeiros com o governo, que afirma ter recuperado mais de 107 bilhões de dólares.

Os críticos do governo saudita classificaram os atos de extorsão e abuso de poder do príncipe Mohamed bin Salman.