Por Lucila Sigal

(Reuters) – Isabel Allende se mantém ocupada durante a pandemia. A autora chilena de 78 anos, feminista e tesouro nacional diz que a tranquilidade a ajudou a publicar um livro, escrever outro e iniciar um terceiro, apesar de também administrar uma fundação que ajuda mulheres e ter ajudado a produção de uma série de televisão sobre sua vida.

“Como escritora, a pandemia é uma oportunidade de encontrar tempo, silêncio e solidão, que são três coisas que nunca se tem”, disse Allende, rindo, durante uma entrevista à Reuters por Zoom em sua casa no Estado norte-americano da Califórnia, onde está em uma “lua de mel eterna” com seu novo marido e seus dois cães.

“Normalmente, é preciso lutar por estas coisas com uma faca nos dentes.”

Allende é uma das autoras vivas mais lidas em espanhol. Cerca de 25 livros, entre eles “A Casa dos Espíritos” e “A Cidade das Feras”, já foram traduzidos em mais de 40 línguas. No ano passado, ela publicou um ensaio sobre o feminismo, “A Alma de Uma Mulher”.

Ela diz que sua jornada no feminismo começou na tenra idade, depois que seu pai foi embora e ela viu a mãe passando dificuldades com os três filhos pequenos. Novos movimentos femininos, como o Ni Una Menos na América Latina e o #MeToo, estão reenergizando a causa, disse.

“Esta nova onda vem com uma força tremenda das mulheres na rua, mas também convidando outros grupos”, disse ela, referindo-se ao direitos dos LGBTQ+ e do Black Lives Matter.

Os primeiros 50 anos da vida de Allende foram dramatizados recentemente para uma minissérie de TV, “Isabel”, disponível na plataforma Amazon Prime. Ela forneceu fotos e vídeos para a produção.

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