Os casos de Covid-19 em crianças vem aumentando e geralmente é detectado em estágios avançados. Uma descoberta dos pesquisadores do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina de São Paulo (FMUSP) explica por que é tão difícil fazer o diagnóstico a tempo.

Isso ocorre porque a doença tem “faces” diferentes. Por não apresentar os mesmos sintomas, é difícil definir o que afeta o paciente. Os sintomas mais fáceis de identificar são os pulmonares, mas em alguns casos ocorrem convulsões e até dores de estômago que podem ser confundidas com apendicite.

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As autópsias realizadas em vítimas de coronavírus com menos de 18 anos revelaram que a doença pulmonar, a forma mais clássica da doença, ocorre em crianças com comorbidades. O estudo identificou pacientes com câncer, bebês prematuros e malformações congênitas.

No entanto, o estudo revelou que as outras crianças que morreram eram devido ao PIMS, uma síndrome que apresenta sintomas diferentes em cada paciente. Algumas crianças têm febre alta, enquanto outras sofrem de dor de estômago, vômito, diarreia ou dor reflexa. Um dos casos envolveu uma criança que foi submetida a uma cirurgia de apendicite e quando os sintomas persistiram, eles perceberam que ela tinha Covid-19.

Embora a morte de crianças não seja comum e geralmente ocorra com mais frequência em pacientes vulneráveis, os cientistas mencionam que esse vírus é muito agressivo. Ele se liga aos tecidos cerebrais, enfraquecendo a resposta auto-imune. Em alguns casos, pode até causar trombose. Por esse motivo, os médicos recomendam que um teste de diagnóstico seja realizado para qualquer sintoma leve.