Em sua essência, a automação é a tecnologia que permite que máquinas realizem atividades e processos com o mínimo de intervenção humana. Processos manuais automatizados existem desde o início da Revolução Industrial, no século XVIII. A introdução das máquinas permitiu reduzir erros, otimizar a produtividade e aumentar a eficiência, acelerando a inovação.

Gilson Magalhães é presidente da Red Hat Brasil
Gilson Magalhães é presidente da Red Hat Brasil (Crédito:Divulgação)

Hoje, a automação está presente em vários segmentos e se tornou o motor propulsor de novas tecnologias. É ela, por exemplo, quem permite a alta largura de banda e a baixa latência exigidas pelo 5G e quem suporta o avanço da Internet das Coisas (IoT), possibilitando a integração instantânea entre milhares de sensores em todo o mundo.

 

Das atividades agrícolas aos streamings de vídeo, a automação está em toda a parte. A pandemia aumentou ainda mais sua popularidade: pesquisa da McKinsey mostrou que 85% das empresas aceleraram a digitalização no período, com 67% avançando especificamente na Inteligência Artificial (IA) e na automação.

 

O impulso da Indústria 4.0

A quarta revolução industrial está completamente apoiada na automação, que possibilita maior agilidade nas etapas de produção, com mais eficiência e menos chances de falhas. De acordo com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), a Indústria 4.0 pode contribuir para reduzir no mínimo R$ 73 bilhões em custos industriais por ano. Não à toa, previsões do Garter mostram que até 2024 as organizações reduzirão os custos operacionais em 30%, combinando tecnologias de automação com processos operacionais reprojetados.

 

Entre essas soluções, o uso de sensores para extrair todo o potencial da IoT está entre as dez principais tendências. Esses dispositivos automatizados possibilitam a interconexão de processos, promovendo soluções imediatas para diversos problemas. Até 2023, o mercado de sensores irá evoluir continuamente, com equipamentos preparados para suportar novas aplicações e novos algoritmos, e cada vez mais acessíveis.

 

Casas automatizadas, vida inteligente

Ultrapassando os limites das indústrias, a automação invadiu nossas casas e tarefas cotidianas. Ações como acender e apagar as luzes, controlar a temperatura do ar-condicionado ou abrir as cortinas passaram a ser ativadas por um simples comando de voz e executadas pela automação. De acordo com a IDC Brasil, o mercado de equipamentos para automação doméstica deve evoluir a uma taxa de 30%. Globalmente, o segmento deve crescer, em média, 11,9% nos próximos anos.

 

Nas atividades do dia a dia, são os assistentes virtuais que aparecem como grande trunfo da automação. O conceito, que começou nos smartphones, migrou para as caixas de som inteligentes, que acabaram virando objeto de desejo. Somente no Brasil, um levantamento da consultoria Ilumeo, especializada em Data Science, mostrou que o uso dos assistentes virtuais cresceu 47% no último ano.

 

O futuro já começou

Em TI, a automação também está avançando em um ritmo acelerado. O crescimento da computação em nuvem e da computação de borda, apoiados na automação, também tem mudado o cenário, pavimentando a inovação. Mas esse é só o primeiro passo.

Estamos vivendo o nascimento de uma nova tecnologia que, embora já faça parte do mercado há anos, só agora ganha corpo e tração. É um novo capítulo da mudança do analógico para o digital que acompanhamos ao longo das últimas décadas, com o boom da internet, o surgimento do MP4, dos smartphones, das Smart TVs e, mais recentemente, dos assistentes virtuais.

A automação está dando seus primeiros passos e ainda vai avançar em muitas direções, ressignificando conceitos e ampliando nossa visão de mundo. Nenhuma transformação é simples e sempre tem seu preço, mas a complexidade da mudança futura está muito além da previsibilidade atual. A nós cabe escolher fazer parte desse processo desde o início ou ficar fora dele, correndo o risco de parar no tempo e ficar para trás.