Autolesão é um transtorno mental em que o indivíduo se agride, porém sem intenção de se matar. Em 2019, foram registradas 124.709 lesões autoprovocadas no Brasil, um aumento de 39,8% em relação a 2018, de acordo com o Ministério da Saúde.

As mulheres foram a maioria das vítimas de lesões autoprovocadas, representando 71,3% do total de registros. Entre os meios de agressão, 60% foram por envenenamento, seguidos por objetos perfurocortantes (16,8%).

A ocorrência das lesões autoprovocadas se concentrou na faixa etária de 20 a 39 anos, com 46,3% dos casos. A faixa etária de 15 a 19 anos aparece na segunda posição, com 23,3% dos casos.

O que fazer pra ajudar alguém com síndrome do pânico?

“A autolesão não necessariamente indica que a pessoa quer cometer suicídio, porém há uma incidência maior de tentativas em pacientes que provocaram autolesão. Grande parte faz isso como forma de alívio de emoções, como angústia. Os pacientes dizem que transformam a dor psíquica em dor física por ser mais fácil de lidar. Alguns se mordem, se batem e se arranham”, explica o psiquiatra Flávio de Moraes Milaré.

O médico orienta que é preciso entender a motivação da autolesão e tratar a causa base. “Uma pessoa que pratica autolesão pode fazer isso dentro de um quadro de ansiedade, outra forma comum é em transtorno de personalidade. Existem técnicas de psicoterapia que ajudam a diminuir e até cessar o comportamento”, completa Milaré.

Setembro Amarelo

Setembro amarelo é a campanha de prevenção ao suicídio. O dia 10 é, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), no mundo, mais de 700 mil pessoas morrem por suicídio anualmente, sendo a quarta maior causa de mortes de jovens de 15 a 29 anos. Entre 2010 e 2019, ocorreram no Brasil 112.230 mortes por suicídio, com um aumento de 43% no número anual de mortes, de 9.454, em 2010, para 13.523, em 2019.