BRASÍLIA (Reuters) – Representantes de auditores fiscais que se reuniram com o ministro da Economia, Paulo Guedes, nesta quinta-feira, deixaram o encontro frustrados com a não apresentação de uma solução sobre o pagamento do bônus de eficiência reivindicado pela categoria, e falaram em acirramento do movimento de protesto.

A decisão dos auditores representa mais um impasse a ser enfrentado pelo governo, que está tendo de administrar reações de várias categorias de servidores públicos após o Congresso Nacional aprovar, com o aval do presidente Jair Bolsonaro, uma verba específica no Orçamento deste ano para contemplar reajustes salariais apenas para funcionários da área de segurança pública federal, como a Polícia Federal.

A iniciativa de Bolsonaro levou uma série de categorias a protestar por aumentos e a entregar cargos de chefia, além de programar paralisações a partir deste mês, o que pode até culminar em uma greve geral.

O presidente do Sindifisco Nacional, Isac Falcão, disse na saída do encontro com Guedes que a reunião não atendeu às expectativas e que o movimento deverá se acirrar nos próximos dias.

“O ministro se manifestou no sentido de compreender o pleito e achar justo, mas disse que não pode dar um prazo para sua implementação e entende que esse não é o momento para a solução dessas questões”, disse.

“Realmente não há perspectiva de solução num curto prazo e a perspectiva é de acirramento do movimento dos auditores da Receita Federal”, reforçou.

O Ministério da Economia disse que não vai comentar a reunião.

Auditores dizem que essa bonificação está prevista em lei há mais de cinco anos, mas é preciso editar um decreto –que precisa passar pelo Congresso– para que seja implementada.

(Reportagem de Marcela Ayers e Ricardo Brito)

tagreuters.com2022binary_LYNXMPEI0D00D-BASEIMAGE