A nota publicada anteriormente não continha uma declaração por parte da ANP. Segue texto atualizado:

Populações de regiões mais isoladas do Centro-Oeste brasileiro enfrentaram, nas últimas semanas, a falta de aeronaves para socorrer vítimas da covid-19.

Neste mês, a suspeita de adulteração em lotes da gasolina usada em aviões com motor a pistão, investigada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), afetou o tráfego de aeronaves que prestam serviço ao Distrito Sanitário Especial Indígena do Xingu, unidade que integra a rede pública de atenção à saúde indígena, em Canarana (MT).

O combustível disponível na região estava entre aqueles com qualidade suspeita, segundo a agência. Por recomendação da ANP, a empresa contratada pelo governo para levar pacientes de aldeias indígenas aos centros urbanos, inclusive aqueles com covid-19, suspendeu temporariamente as decolagens. Entidades contrataram voos alternativos para que o transporte não fosse totalmente interrompido.

Na semana passada, uma grávida da aldeia piyulaga, às vésperas de dar à luz, precisou ser transportada de avião às pressas por causa da saúde debilitada. Pilotos que voam a rota disseram que, para esses casos, o abastecimento era feito em Água Boa (MT), onde haveria um lote de combustível diferente do disponível em Canarana.

A Petrobrás fez um comunicado em 11 de julho sobre a suspeita que havia identificado no combustível. A partir de então, a distribuição do produto havia sido suspensa e a empresa passou a substituir a gasolina suspeita enviada aos postos. Segundo informações do Distrito Sanitário Especial Indígena do Xingu, o problema está sanado desde a última segunda-feira, e os voos, restabelecidos.

Em nota, a ANP frisa que “também está monitorando junto aos distribuidores de combustíveis de aviação a substituição do lote antigo da GAV por um novo nos revendedores dos aeródromos, tendo apresentado expressiva substituição do produto nessas últimas semanas. Cabe mencionar que os aeródromos ainda com o lote antigo não estão em operação”.

Cacique

Na quarta-feira passada, 5, o cacique Aritana Yawalapiti, de 71 anos, um dos principais líderes indígenas do Alto Xingu, morreu vítima do novo coronavírus. Sem conseguir transporte aéreo em Canarana, o cacique foi levado de carro até Goiânia, onde ficou internado por duas semanas. Ele não resistiu às complicações da doença. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.P