Da pasta de dente à navalha, passando pelos cartuchos de tinta, a proibição por parte das autoridades americanas e britânicas de computadores portáteis e tablets em alguns voos amplia a longa lista de produtos não permitidos em aviões.

A seguir os atos terroristas que levaram à proibição de inúmeros produtos de consumo em voos.

– Tesouras, facas e estiletes –

Imediatamente após os atentados de 11 de setembro de 2001, tornou-se proibido levar nas aeronaves qualquer objeto cortante, metálico ou não (tesouras, lâminas de barbear, estiletes, facas), tendo que ser despachados.

Os objetos contundentes (tacos de beisebol, instrumentos de artes marciais, matracas), assim como as armas de fogo, também são proibidos.

– Roupas explosivas –

Em 22 de dezembro de 2001, o britânico Richard Reid foi detido a bordo de um voo da American Airlines que ia de Paris para Miami ao tentar explodir seu tênis, que continha uma bomba.

As medidas de segurança durante o embarque se tornaram mais rigorosas e, desde então, os passageiros devem tirar seus sapatos e passar pelo raio-x.

Durante uma nova tentativa de ataque terrorista em 25 de dezembro de 2009, o nigeriano Umar Faruk Abdulmutallab tentou, em vão, explodir um artefato escondido em sua roupa íntima assim que o voo se aproximou de Detroit, nos Estados Unidos.

– Bombas líquidas –

Em 10 de agosto de 2006, as autoridades britânicas anunciaram que arruinaram um plano de atentado terrorista que iria explodir simultaneamente vários aviões com bombas líquidas.

Desde essa data foram aplicadas restrições drásticas aos produtos líquidos e cremes. Uma exceção é o leite para bebês, que deve ser verificado antes do embarque.

Os frascos de líquidos que não ultrapassem os 100 ml estão autorizados se colocados em um saco plástico transparente e fechado.

Como no caso de outros objetos – em particular as facas que às vezes estão disponíveis nos restaurantes após os controles de segurança -, os líquidos podem, entretanto, ser comprados, inclusive em grandes quantidades, antes do embarque.

– Explosivos escondidos em cartuchos –

Dois pacotes destinados aos Estados Unidos que continham explosivos escondidos em cartuchos de tinta para impressoras e um dispositivo de incêndio foram interceptados em 28 de outubro de 2010 em um voo Dubai-Londres.

Os cartuchos de impressão agora são proibidos de serem levados a bordo da aeronave, inclusive em bagagens despachadas, assim como qualquer produto inflamável.

– Computadores portáteis suspeitos –

A explosão em um Airbus A321 da companhia área somali Daallo Airlines em 2 de fevereiro de 2016 criou um buraco de um metro de diâmetro em sua fuselagem.

Somente o portador da suposta bomba foi morto neste atentado reivindicado pelos islâmicos Shebab somali afiliados à Al-Qaeda, que também deixou dois passageiros levemente feridos. O piloto da aeronave conseguiu fazer um pouso de emergência.

As imagens de segurança, que mostravam o suspeito antes do embarque, sugeriram que o explosivo estava escondido em seu computador portátil.

Foram acrescentadas medidas mais estritas de segurança aos aparelhos eletrônicos às que já estavam em vigor desde 2014, e agora os passageiros são obrigados a ligar seus computadores e celulares para verificação antes do embarque.

– Baterias de lítio –

Após vários incidentes em voos com baterias de lítio (íon-lítio) que pegaram fogo, levá-las a bordo é objeto de severas restrições.

Embora não se saiba do risco de um ataque terrorista, desde abril de 2016 está em vigor a proibição de levar baterias de lítio na mala.

As baterias de lítio foram mencionadas como uma das possíveis causas do desaparecimento, em março de 2014, do voo MH370 da Malaysia Airlines, que levava a bordo centenas de quilos deste tipo de bateria.

Os aparelhos eletrônicos dos passageiros com esse tipo de bateria não estão proibidos, até o momento, na cabine do avião.