A atividade industrial voltou a cair em abril, com ociosidade elevada e recuo do otimismo dos empresários com relação à evolução da indústria. Isso é o que mostra a pesquisa Sondagem Industrial, divulgada nesta quinta-feira, 24, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O índice que mede a evolução da produção ficou em 48,8 pontos em abril, ante 55,2 pontos registrados em março. O índice de evolução do emprego foi de 49,2 pontos no mesmo período, ante 49,6 pontos no mês anterior.

Pela metodologia da pesquisa, os indicadores variam de zero a 100 pontos. Os dois indicadores continuam abaixo da linha divisória dos 50 pontos, que separa o aumento da queda da produção e do emprego, o que confirma, na avaliação da CNI, a dificuldade de recuperação do setor.

Com relação à utilização média da capacidade instalada (UCI) pela indústria, o índice manteve-se estável, em 66%. O documento destaca que, embora o índice seja superior aos registrados no mesmo mês de 2016 e 2017, ainda está 3,0 pontos porcentuais abaixo da média histórica para abril, iniciada em abril de 2011.

A pesquisa mostra que os estoques de produtos finais estão relativamente estáveis entre março e abril. O índice de evolução dos estoques ficou em 50,6 pontos em abril, perto da linha divisória dos 50 pontos. Em março, esse indicador foi de 49,8 pontos.

O índice de evolução dos estoque em relação ao planejado ficou em 50,4 pontos em abril, ante 50,6 pontos de março.

“A recuperação menos intensa do que o esperado e uma certa frustração com os efeitos da queda dos juros básicos sobre o custo dos empréstimos podem estar na base das dificuldades para a retomada de um crescimento mais vigoroso na indústria”, avalia o gerente-executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, acrescentando que as incertezas do processo eleitoral também contribuem para limitar o ritmo de recuperação da atividade.

Expectativas

Os indicadores de expectativas dos empresários sobre a demanda, a compra de matérias-primas e a quantidade exportada tiveram leve queda em maio, apesar de continuarem acima da linha divisória dos 50 pontos. Esses indicadores também variam de zero a 100 pontos e quando estão acima dos 50 pontos mostram otimismo.

No caso da expectativa com relação à demanda, o indicador caiu de 58,4 pontos em abril para 56,3 pontos em maio. Com relação à quantidade exportada, o índice caiu de 55,4 pontos para 54,2 pontos; para a compra de matéria-prima, passou de 56 pontos para 54,3 pontos. O índice de intenção de investimentos ficou em 52,2 pontos em maio, ligeiramente menor que os 52,9 pontos registrados em abril. Mas, na comparação com fevereiro, o indicador acumula queda de 1,4 ponto, de acordo com a pesquisa.

O índice de expectativa de número de empregados é o único próximo à linha divisória dos 50 pontos, o que, segundo a pesquisa, reflete a estabilidade para os próximos seis meses. O indicador de expectativa de número de empregados ficou em 49,9 pontos em maio, ante 50,8 pontos de abril.

A Sondagem Industrial foi feita de 2 a 14 de maio, com 2.132 empresas.