A atividade econômica da região Nordeste caiu 0,7% no trimestre encerrado em agosto ante os três meses concluídos em maio, informou nesta quarta-feira, 8, o Boletim Regional do Banco Central (BC), que considera dados dessazonalizados. Foi a única região do Brasil que apresentou retração no período.

Apesar disso, indicadores como o comércio ampliado e a produção industrial tiveram avanços de 2,3% e 0,3%, respectivamente, com ênfase no aumento de 14,8% na fabricação de produtos alimentícios. A queda da atividade econômica como um todo, segundo o BC, se deve à concentração de resultados positivos da agricultura regional em março e abril.

Na avaliação da instituição financeira, as vendas do comércio e a produção industrial apresentam desempenhos mais consistentes, e o setor de serviços, bem como o mercado de trabalho, tiveram ritmo de contração mais moderado.

Norte

De acordo com o BC, a atividade econômica da região Norte teve expansão de 1,7% no trimestre encerrado em agosto ante os três meses concluídos em maio.

Segundo o BC, trata-se de uma recuperação gradual e disseminada da região. “Esse movimento foi beneficiado pelos efeitos da safra agrícola sobre o comércio exterior e pelo impacto do aumento da confiança dos agentes econômicos sobre o consumo privado”, diz o relatório.

O documento informa que as vendas do comércio ampliado tiveram avanço de 2% no período. O mercado de trabalho, refletindo a melhora da economia, registrou saldo positivo de empregos formais.

Sul

O Boletim Regional do BC trouxe também que a atividade econômica da região Sul cresceu 0,1% no trimestre encerrado em agosto ante os três meses concluídos em maio.

De acordo com o relatório, a economia da região foi impulsionada pelo comportamento benigno da inflação, pela redução da taxa básica de juros e pelos efeitos que os resultados positivos do agronegócio tiveram sobre a renda agrícola e a cadeia produtiva.

Diante disso, o Sul teve, nesse período, expansão de 2,4% nas vendas do comércio ampliado e de 0,9% na produção industrial. O BC também destacou que a região experimentou reação dos serviços financeiros e aumento no otimismo dos empresários.

Centro-Oeste

A atividade econômica da região Centro-Oeste cresceu 2,1% no trimestre encerrado em agosto ante os três meses concluídos em maio, informou o Banco Central. Foi a maior expansão entre todas as regiões do Brasil no período.

A recuperação da região, delineada desde o fim de 2016 e acelerada nesse trimestre, refletiu principalmente a colheita da segunda safra do milho, afirmou o boletim do BC. O relatório destacou também a reação do comércio, sustentada pelo crescimento do consumo das famílias, que por sua vez foi impulsionado pela expansão do crédito e a liberação de saques de contas inativas do FGTS.

Ainda de acordo com a instituição financeira, o Centro-Oeste experimentou, no trimestre encerrado em agosto, uma alta de 5,9% na indústria de alimentos, um dos setores que mais impulsionou a indústria como um todo. Os resultados positivos em diversos segmentos da economia da região resultaram, segundo o BC, na criação de 25,2 mil postos de trabalho formais no período.