Dimitrios Pagourtzis, que segundo a Polícia matou dez pessoas nesta sexta-feira (18) em sua escola de ensino médio do Texas, publicou há pouco tempo no Facebook uma foto em que aparece vestindo uma camiseta com os dizeres “Nascido para Matar”.

Em sua página na rede social também aparecia vestindo uma jaqueta preta com várias insígnias, como uma cruz de ferro alemã, símbolo da Primeira Guerra Mundial, popular entre alguns nacionalistas brancos nos Estados Unidos.

Mas há poucos indícios dos motivos que levaram Pagourtzis a abrir fogo nesta sexta-feira no início do dia escolar em seu colégio de Santa Fé, Texas, uma zona rural entre Houston e o Golfo do México.

A Polícia informou que não havia nada no jovem de 17 anos que, segundo a imprensa americana, teria chamado a atenção, embora o ataque tivesse sido claramente planejado.

O jovem entrou na escola com uma espingarda e um revólver debaixo do casaco e atirou em seus colegas. Matou dez, a maioria estudantes, e feriu outros dez antes de se render.

Também colocou artefatos explosivos caseiros na escola, mas aparentemente nenhum foi detonado.

A informação em seu celular e computador mostrou que “não só queria cometer o ataque, mas também queria se suicidar”, disse em coletiva de imprensa o governador do Texas, Greg Abbott.

“Entregou-se e admitiu que nesse momento não tinha coragem de se suicidar”.

– Futebol americano e corpo dos Marines –

Segundo Abbott, Pagourtzis não tinha antecedentes criminais, nem registro policial. Tampouco possuía armas de fogo registradas em seu nome; as que usou no tiroteio estavam em nome de seu pai.

“As luzes de alerta que vimos em outros ataques a tiros eram inexistentes ou muito imperceptíveis. Havia em sua página no Facebook uma camiseta que dizia ‘Nascido para matar’. Esse seria, talvez, o único sinal de advertência”, disse.

O jovem de pele branca e cabelos castalhos é filho de um imigrante grego que, aparentemente trabalha no ramo de suprimentos marítimos.

A foto em sua página no Facebook, que já foi retirada, mostrava Pagourtzis de camiseta preta e boné de beisebol da mesma cor com um símbolo da paz.

Aparentemente, já tinha definido seus planos para quando se formasse no segundo grau, em 2019: queria ingressar ao corpo dos Marines, os fuzileiros navais americanos.

O jovem morava com a família na região da escola, situada 50 km a sudeste de Houston, uma região que sofreu algumas das piores inundações provocadas pelo furacão Harvey no ano passado.

Em um estado onde o futebol americano é um esporte muito popular, jogou como “lineman” (atacante) nos dois últimos anos.

Mas uma lista preliminar publicada na Internet para o próximo ano letivo, que seria o seu último, não incluía seu nome.

– “Ensimesmado” –

“Era muito calado. Ensimesmado”, contou a uma TV local um colega de time.

“Talvez tenha visto fazerem bullying com ele algumas vezes, mas nada sério. É louco que tenha feito algo tão catastrófico”, acrescentou.

No Facebook, Pagourtzis demonstrava fascínio por ícones e símbolos cult.

Sua foto do perfil foi inspirada em um álbum do músico francês de música techno “Perturbator”, com uma estrela de cinco pontas invertida na cor vermelha, considerada um símbolo satanista.

Sobre uma foto de sua emblemática jaqueta preta, Pagourtzis escreveu o que significavam as insígnias que tinha. “Foice e martelo = Rebelião; Sol Nascente = Táticas camicase; Cruz de Ferro = Valentia”, escreveu.

Embora ainda não tenha sido confirmado, sobreviventes do massacre sugeriram que aquela era a jaqueta que o jovem vestia durante o ataque.