Givanildo Luz, CEO da Saque e Pague, falou à DINHEIRO sobre os planos da companhia para o segundo semestre e explicou o conceito de reciclagem de dinheiro que a fintech implementou no Brasil.

Que serviços que a Saque e Pague oferece?
A Saque e Pague nasceu como uma empresa de autoatendimento em 2010. Ao longo do tempo foi se transformando em uma plataforma de serviços financeiros e foi pioneira, no País, na tecnologia de reciclagem de dinheiro, que possibilita que o papel-moeda circule de forma mais sustentável. Nossas soluções são focadas para o varejo, instituições financeiras e pessoas físicas.

E como isso se dá no dia a dia?
Instalamos terminais de autoatendimento no varejo e, por meio deles, o cliente de um banco ou fintech parceiros nossos pode sacar e depositar dinheiro, pagar conta e fazer depósito de cheques

Como funciona essa reciclagem de dinheiro?
Esses terminais que oferecemos em lojas parceiras possibilitam ao varejista depositar o dinheiro das vendas sem a necessidade de envelope. Automaticamente, esse dinheiro é validado e colocado on-line na conta dele. Um fluxo que demoraria de dois a três dias para acontecer no sistema tradicional fica disponível na conta dele imediatamente. Chamamos isso de digitalização do dinheiro. Na outra ponta, um consumidor qualquer que seja cliente de um dos 30 bancos ou fintechs parceiros, pode fazer saques em dinheiro no mesmo terminal onde ocorreu o depósito. As cédulas depositadas são as que vão para a mão do cliente que fez o saque. Isso é chamado de reciclagem do dinheiro, porque ele circula na região onde é gerado, sem custos extras. No sistema tradicional, é preciso contratar uma empresa de transporte de valores para pegar o dinheiro no terminal e levar até a agência onde será depositado. Em nossa plataforma essa etapa é eliminada. O custo logístico é menor.

Quantos terminais vocês têm?
Temos 1,6 mil pontos de atendimento em 300 cidades do Brasil, sendo que em 60 delas somos a única opção de autoatendimento. Os clientes são, principalmente, postos de combustíveis, farmácias e supermercados. Nossos parceiros financeiros são bancos médios e pequenos e fintechs.

Quais as vantagens para adotar a plataforma?
Buscamos resolver três dificuldades do varejo. A primeira é o risco do dinheiro no ponto. De 50% a 60% das transações em postos, farmácias e supermercados ainda são feitas em papel-moeda. Além do risco de assalto, existe a questão do horário. Os bancos fecham cedo. Uma loja que fica aberta até as 20h tem de guardar o dinheiro para depositar no dia seguinte. Outra questão tem a ver com o controle das vendas. No final do dia, o varejista tem as informações de vendas devidamente consolidadas em nossa plataforma. Por fim, o terminal de atendimento atrai pessoas que vão fazer algum tipo de operação financeira, como depósito, saque ou outra qualquer, gerando maior fluxo de clientes no estabelecimento.

Quais são os novos projetos em andamento?
Queremos usar esses terminais e a parceria com a rede varejista para vender outros produtos financeiros. Também estamos desenvolvendo o Espaço Saque e Pague, que é um local criado para reforçar nosso conceito de compartilhamento. Vamos investir R$ 15 milhões em novos projetos e cerca de
R$ 40 milhões na expansão de nossa base. Até o fim do ano, queremos estar em 350 cidades e ter em funcionamento 2,1 mil pontos de atendimento.

Quais os resultados financeiros da operação?
Em 2019, faturamos R$ 118 milhões. Este ano, queremos chegar a R$ 160 milhões. Nos últimos três anos, nossa taxa de crescimento tem sido de 35% a 40% e queremos manter isso.

CRÉDITO
Cacau Crédito: linha de capital de giro

A Cacau Crédito, fintech de troca de recebíveis, prevê lançamento de linha de capital de giro para atender pequenos negócios, ainda neste semestre. De acordo com João Carlos Meinberg, sócio da Cacau, foram investidos R$ 500 mil na construção da ferramenta que possibilitará a operação do novo serviço. O sistema está em fase de testes para avaliar o desempenho da plataforma. Com a abertura gradual da economia, a fintech registrou aumento de 50% no volume adiantado pelas empresas, com média de R$ 9 mil em operações por recebível e crescimento de consultas de 20%, na comparação com o período imediatamente anterior à crise.

ACELERADORA
Fundo Village Capital realiza evento para melhoria de fintechs

O fundo Village Capital, com o apoio da MetLife Foundation, do PayPal e da Moody’s, anunciou na terça-feira (4) as 12 startups de fintech selecionadas para participar do Finance Forward América Latina 2020. Atuando como aceleradora de startups, a iniciativa dará às fintechs cinco semanas de treinamento focado na melhoria dos seus modelos de negócios e na oferta de serviços para aqueles que mais precisam deles no atual cenário econômico. A Akredito, fintech focada em pagamento, consolidação e refinanciamento de dívidas de inadimplentes, é a única representante do Brasil. As demais são da Colômbia (5), do México (3), da Argentina (2) e do Chile (1).

Número da semana R$ 1,5 trilhão

É o volume de crédito concedido entre 1º de março e 24 de julho de 2020, de acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). O valor inclui os números oficiais do Banco Central considerando o total das operações de crédito para os meses de março a junho (R$ 1,3 trilhão) mais dados compilados pela Febraban no período de 1 a 24 de julho – neste caso, considerando apenas as operações no segmento livre de crédito para pessoa jurídica, que somou R$ 193 bilhões. Segundo a instituição que representa os bancos, no período de 16 de março a 24 de julho, o setor renegociou 13,5 milhões de contratos com operações em dia, que têm um saldo devedor total de R$ 782,3 bilhões. A soma das parcelas suspensas dessas operações repactuadas totaliza R$ 101,6 bilhões, valores que trazem alívio financeiro para empresas e consumidores, que passaram a ter carência de 60 a 180 dias para pagar as suas prestações. A maioria dos agentes beneficiados com prorrogação de parcelas é representada por pequenas empresas e pessoas físicas.