Dois astronautas russos fazem, nesta terça-feira (11), uma saída ao espaço para examinar um misterioso buraco descoberto em agosto em uma nave Soyuz acoplada à Estação Espacial Internacional (ISS), que provocou uma minúscula perda de pressão na estação orbital.

A agência espacial russa, Roskosmos, disse que o objetivo era descobrir se o “pequeno mas perigoso” orifício havia sido feito no espaço ou na Terra.

A exploração, que começou às 15H59 GMT (13H59 em Brasília), estava prevista para durar mais de seis horas e é realizada pelos astronautas Igor Kononenko e Serguei Prokopiev.

Uma vez em posição, Kononenko terá que usar um faca para rasgar a proteção que cobre a nave e raspar a superfície.

As amostras serão enviadas à Terra para “obter a verdade” sobre a origem do buraco, disse a agência espacial russa.

Segundo a Roskosmos, a missão “entrará na história da exploração espacial”.

A missão é especialmente difícil, já que a nave Soyuz, diferentemente da ISS, não foi projetada para ser reparada em uma exploração e não tem barras externas às quais os astronautas possam se segurar.

A cavidade de dois milímetros na nave espacial Soyuz acoplada à ISS causou uma perda de pressão detectada em agosto, dois meses depois da última viagem da nave.

Até agora, os astronautas só tinham conseguido examinar o buraco a partir do interior da nave espacial.

Dmitry Rogozin, chefe da Roskosmos, disse em outubro que uma investigação tinha descartado um erro de fabricação. Após a descoberta do buraco, disse que a Rússia não descartava uma “interferência deliberada no espaço”.

A descoberta do buraco foi seguida, em outubro, por uma falha no lançamento tripulado de uma nave Soyuz, embora os astronautas americanos e russo tenham voltado sãos e salvos à Terra.

A nave Soyuz, na qual foi encontrado o orifício, é utilizada para transportar a tripulação para a estação espacial e de volta à Terra.

O buraco se encontra em uma seção que não será usada para a próxima viagem à Terra, em 20 de dezembro.