O laboratório AstraZeneca pode ter incluído dados “desatualizados” em seus testes clínicos nos Estados Unidos sobre a vacina contra a covid-19, afirmou uma agência reguladora de saúde americana, que citou um grupo de especialistas independentes.

O grupo expressou “preocupação com o fato de que a AstraZeneca pode ter incluído informações desatualizadas no teste, o que pode ter fornecido uma visão incompleta dos dados de eficácia” da vacina, afirma o Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas (NIAID) em um comunicado publicado na segunda-feira à noite.

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“Nós instamos a empresa a trabalhar com o DSMB (Conselho de Monitoramento de Dados e Segurança, um grupo de especialistas independentes que revisa os testes clínicos) para revisar os dados de eficácia e garantir que os dados de eficácia mais precisos e atualizados serão tornados públicos o mais rápido possível”, completa a nota.

O comunicado foi divulgado depois que a AstraZeneca anunciou na segunda-feira que testes em mais de 32.000 pessoas nos Estados Unidos mostraram que a vacina tem eficácia de 79% para prevenir a covid-19 sintomática na população e de 100% para evitar as formas graves da doença e a hospitalização, além de garantir que não aumenta o risco de coágulos no sangue.

A vacina da AstraZeneca contra o coronavírus é mais barata e fácil de armazenar que outros, mas vários países suspenderam temporariamente na semana passada a aplicação do fármaco devido aos casos isolados de coágulos sanguíneos registrados em algumas pessoas que receberam a vacina.

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) a considerou “segura e eficaz” e a vacina voltou a ser administrada em vários países.

Mas a desconfiança persiste e uma pesquisa do instituto YouGov, realizada entre 12 e 18 de março, mostrou que a maioria dos entrevistados nos principais países europeus – incluindo Alemanha, França, Espanha e Itália – têm dúvidas sobre a segurança da vacina da AstraZeneca.