As ações Aston Martin tiveram queda de 5% no seu primeiro dia na bolsa de valores de Londres, nesta quarta-feira (3). Os papéis iniciaram o pregão com valor de 19 libras, mas caíram para 17,75 libras momentos depois. A marca britânica, uma das maiores referências no segmento de luxo, é avaliada em 4,3 bilhões de libras (22 bilhões de reais).

A montadora disponibilizou 25% de seu capital ao mercado. A operação, uma das mais esperadas do ano, é a mais importante no setor automotor desde que a italiana Ferrari entrou para Wall Street, em 2015. Apesar do histórico conturbado da empresa – foram sete falências em 105 anos de história -, houve muita expectativa sobre a venda de ações.

“A entrada na Bolsa representa uma etapa histórica para a Aston Martin e estamos satisfeitos de ver a boa recepção que tivemos dos investidores de todo o mundo”, comemorou Andy Palmer, CEO da empresa, informou a AFP.

A operação prevê a venda de ações de seus principais proprietários: o fundo italiano Investindustrial, os investidores kuwaitianos Adeem Investments e a empresa de investimentos Primewagon.

A montadora alemã Daimler, que possui 4,9% do capital, conserva toda sua participação e se comprometeu a não vendê-la durante pelo menos um ano a partir da entrada da Aston Martin no mercado.

Retomada no crescimento

A venda de ações aumentará pelo menos 1 bilhão de libras para a empresa. Em agosto, a Aston Martin divulgou lucros semestrais de 42 milhões de libras. O balanço acompanha uma retomada do controle de gastos. Depois de enfrentar dificuldades financeiras no início da década, a montadora voltou a registrar resultados positivos em 2017, o que não acontecia desde 2010.

Fundado em 1913 por dois sócios em Londres, o grupo Aston Martin ganhou fama ao integrar competições automobilísticas. O prestígio da marca aumentou com a participação dos modelosnos filmes do agente secreto James Bond.

Novos mercados

Andy Palmer, ex-executivo da Nissan, projeta o crescimento da marca nos próximos anos. As iniciativa integram os mais variados segmentos, desde casas de luxo, a carros elétricos voadores e submarinos pessoais, disse a BBC.

Porém, no segmento de veículos tradicionais, a empresa espera crescimento de até 6,4 mil unidades em 2018 e a produção de 10 mil até 2020. Parte de sua estratégia de recuperação envolve o direcionamento de compradores do sexo feminino. O desafio parece enorme, visto que em 105 anos, apenas 4 mil unidades foram vendidas para mulheres.