Assessor econômico da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT à Presidência da República, Guilherme Mello saiu em defesa nesta quinta-feira, 15, de uma política econômica anticíclica para atrair investimentos e embalar o crescimento econômico brasileiro. “É só seguir uma regra anticíclica, regra flexível, que priorize investimentos, gastos de boa qualidade, que garanta credibilidade. E para isso precisa de pacto político”, afirmou em seminário com representantes dos presidenciáveis em Brasília.

Mello defendeu a construção de um novo arcabouço fiscal, porque o atual, para ele, perdeu credibilidade ao ser alterado sistematicamente. “Precisamos de novo arcabouço fiscal crível, que priorize investimentos e gastos de qualidade. Ao longo do tempo, recupera crescimento, arrecadação, estabiliza dívida pública para em um momento reduzi-la”, avaliou, sem detalhar, contudo, qual será a âncora fiscal do PT com o fim do teto de gastos, caso Lula seja eleito em outubro.

O economista ligado ao PT defendeu que a Petrobras se transforme em uma empresa de energia e desenvolva sua capacidade de refino, para evitar ser apenas exportadora de óleo cru. “É repensando papel da Petrobras, como uma empresa de energia, mas também como instrumento de gerenciar choques de custo, como é o atual”, declarou.

Programa do governo Bolsonaro, o Auxílio Brasil também foi criticado por Mello. Para ele, a vitrine social do candidato à reeleição é mal desenhada, porque um homem solteiro ganha o mesmo do que uma mãe com três filhos. Além disso, o programa retirou os incentivos à escolarização e à vacinação das crianças, marcas do antigo Bolsa Família, o que é um problema para o economista e deverá ser revertido caso Lula volte ao Palácio do Planalto.

Mello participa de seminário organizado pelos Conselho Federal de Economia (Cofecon), Conselho Regional de Economia do DF (Corecon-DF) e Fórum Nacional pela Redução da Desigualdade. A campanha do candidato do PDT, Ciro Gomes, é representada por Nelson Marconi. Os candidatos Jair Bolsonaro (PL), Simone Tebet (MDB) e Luiz Felipe DÁvila (Novo) não enviaram representantes.