Pesquisadores da Escola de Medicina e Ciências da Saúde descobriram que a aspirina pode limitar a taxa de mortalidade de pacientes com Covid-19 moderado, de acordo com um estudo publicado no final do mês passado.

O estudo descobriu que pacientes com COVID-19 moderado – que envolve sintomas como febre e tosse combinados com falta de ar, às vezes exigindo hospitalização – tiveram uma taxa de mortalidade 1,6% menor, quando receberam aspirina durante o primeiro dia de tratamento.

+ Brasil ultrapassa 176 milhões de pessoas com ao menos uma dose contra covid

Ali Rahnavard, um dos principais pesquisadores e professor assistente de bioestatística e bioinformática, disse que o estudo ensina os profissionais médicos a reconhecer os resultados benéficos para a saúde de medicamentos acessíveis, como a aspirina, nos tratamentos com COVID-19.

“Esse tipo de estudo não só beneficia a sociedade e as comunidades com a pandemia do COVID-19, mas também nos educa como comunidade científica e sistema de saúde, para obter esse conhecimento a longo prazo e aprender com isso”, afirmou.

Rahnavard disse que a equipe estudou mais de 110 mil pacientes com hospitalizações moderadas por COVID-19 entre 1 de janeiro e 10 de setembro do ano passado, através da National COVID Cohort Collaboration – um banco de dados do Instituto Nacional de Saúde que compila os registros de quase 8 milhões de pacientes com COVID-19 de mais de 60 postos de saúde e hospitais.

Os pesquisadores identificaram dois grupos para o estudo, depois de modificarem o banco de dados para criarem o seu próprio conjunto de dados usando um processo chamado filtragem N3C – que observa os pacientes através de categorias, como idade e nível de gravidade da infecção.

Um grupo incluiu pacientes moderados com COVID-19 que receberam aspirina nas primeiras 24 horas de hospitalização, enquanto o outro grupo foi composto por pacientes que não receberam aspirina durante o primeiro dia de tratamento para comparar duas análises estatísticas diferentes dos dados.

A equipe de pesquisa realizou análises estatísticas dos dois grupos para determinar se havia uma diferença significativa na mortalidade em 28 dias entre o uso de aspirina.

Quando a aspirina foi usada em pacientes com mais de 60 anos que tinham pelo menos uma comorbidade – duas ou mais condições médicas presentes num paciente – tiveram taxas de mortalidade significativamente reduzidas quando comparadas a outras faixas etárias.

O uso de aspirina não teve associação com a mortalidade de pacientes sem comorbidades, mas as probabilidades de fatalidade aumentariam se o número de comorbidades de um paciente aumentasse, de acordo com o estudo.