O ex-presidente e virtual candidato do PT à presidência este ano tem começado a soltar aqui e acolá informações sobre como será desenhada sua política econômica e quais são as peças que estarão em destaque no tabuleiro. A mais relevante das informações é que ele vai escolher para comandar a economia “um político habilidoso assessorado por um grupo de experts”.

A informação, que foi direcionada ao mercado internacional em uma entrevista ao Financial Times, também bateu forte dentro do Brasil.

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As aproximações com economistas de mercado feitas nos últimos meses pelo petista devem render apenas uma ajuda indireta na construção da política econômica em um novo governo. Voltam a ganhar espaço para o cargo nomes como o de Jaques Wagner e Antonio Palocci.

Há ainda a possibilidade do contemplado ser Aloizio Mercadante, que é economista e desenhou o primeiro esboço do programa econômico a ser defendido por Lula na campanha. Rui Costa e Wellington Dias também figuram entre as possibilidades.

Mas nem só de políticos vive a economia pensada por Lula. Ele deverá atrair nomes do mercado para outras posições-chave. O comando do BNDES, por exemplo, deverá ser ocupado por um banqueiro. Há ainda a perspectiva de reabertura de alguns ministérios e a descentralização do poder das mãos de um “superministro da Economia”, como fez Bolsonaro com Paulo Guedes.

Nesse sentido, o retorno do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, se confirmado, deve se ocupado por um empresário. E a tirar pela boa recepção de Lula na Fiesp e na Confederação Nacional do Comércio (CNC), não faltam candidatos ao posto.

Outras pastas, como a Fazenda e o Desenvolvimento, ambas extintas em 2019, caso sejam recriadas, garantirão a Lula a chance de tornar “o governo plural que abarca visões distintas para construir um Brasil melhor”, como ele disse em evento na cidade de Diadema (SP) esta semana.  Ele só precisa combinar com petistas mais ortodoxos.