Para Alexandre Lafer Frankel, CEO da Vitacon, a tendência da vez no ramo imobiliário é a flexibilidade, com possibilidade das pessoas morarem por assinatura, em aluguel sem burocracia. Em duas frases: É só chegar e usar. Não gostou, muda para outra. “Hoje, 80% dos novos consumidores de imóveis não querem comprar um imóvel. As pessoas querem ter liberdade e flexibilidade na hora de escolher onde vão morar”, avalia.

O executivo foi o entrevistado da live da IstoÉ Dinheiro de hoje (20), com o editor de negócios da revista, Hugo Cilo. Sobre o panorama do mercado imobiliário brasileiro, analisou a mudança de comportamento das pessoas em relação a moradias, novos investimentos e ganhos dos investidores nas apostas em locações, em especial a de apartamentos pequenos.

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A empresa de Frankel especializou-se em construir imóveis pequenos, na verdade, muito pequenos – os maiores são de no máximo 60 metros quadrados. Para ele, o novo conceito de habitação tem uma ligação direta com a inovação e serviços no cotidiano das pessoas. O foco é reunir em um mesmo ambiente tijolo e tecnologia. “As pessoas querem a moradia como serviço e não como compra.”

Durante a entrevista, o empresário explicou um pouco o conceito da Housi, braço de inovação da sua incorporadora. Basicamente a empresa utiliza o conceito de moradia on demand na gestão e aluguel de apartamentos. A ideia, segundo Frankel, é flexibilizar a duração da moradia – “sem contratos obrigatórios que duram por anos” – e ter uma gestão baseada em dados para maximizar a rentabilidade do imóvel.

“Lançamos no começo de abril, em plena crise do mercado, um empreendimento com 700 unidades na região da Avenida Paulista [na cidade de São Paulo]. Em cenário de recuperação espetacular, já vendemos 60%”, revela.

A Housi, na prática, reforma, decora, precifica o imóvel para locação e distribui em mais de 20 plataformas no Brasil e no mundo. A empresa paga as contas e faz a relação condominial com os moradores. Todas as etapas são baseadas em dados, com inteligência artificial para maximizar a ocupação e rentabilidade.

O CEO da Vitacom diz, na entrevista, que os seus prédios podem ser como um celular com diferentes aplicativos, que o morador vai acionar conforme a sua necessidade. “Levamos todos os serviços para perto dos locatários”, diz.

Neste sentido, startups de mobilidade urbana, delivery, alimentação personalizada, medicina, bem-estar e beleza estão integradas de forma física e digital  e disponíveis para os inquilinos. “É uma nova forma de olhar o mercado imobiliário.”

Otimista com a economia nacional no pós-pandemia, o executivo pretende ampliar a oferta de apartamentos e expandir os negócios geograficamente. “Hoje estamos em 14 cidades e vamos avançar para outros municípios. Tem muita coisa boa vindo por aí”, finaliza.