As mentiras sobre o agro no discurso de Bolsonaro na ONU

Na ONU, Jair Bolsonaro preencheu 12 minutos com exageros, omissões, dados incompletos e mentiras (Crédito: Alan Santos/PR)
As agências de checagem de informação tiveram trabalho ontem. O discurso do presidente Jair Bolsonaro na ONU foi uma sucessão de mentiras, distorções, omissões e dados incompletos. Embora não cause surpresa, a decisão de desperdiçar uma oportunidade de melhorar a já tão sofrida imagem internacional do País. Em vez de apresentar fatos que mostram o que há de bom sendo feito por aqui, preferiu defender a cloroquina e atacar o passaporte sanitário.
Mas vamos nos ater às declarações relacionadas ao agronegócio. Ele diz que nossa agricultura é moderna e sustentável. Isso é verdade. Mas decidiu não ir além dessa afirmação vaga. Não apresentou dados concretos que pudessem mostrar ao mundo o quanto o setor é preocupado com uma produção mais consciente.
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Optou por reforçar um dado exagerado que vem sendo replicado inclusive por representantes do agro. Segundo ele, o Brasil é responsável por alimentar mais de um bilhão de pessoas no mundo. Não é bem assim. Um estudo da Embrapa publicado em março diz que a produção de alimentos, grãos e proteínas é responsável pela alimentação de 772,6 milhões de pessoas no planeta.
Mas o pior veio quando Bolsonaro falou do Código Florestal, que deveria ser um exemplo para o mundo. De fato. A Lei de Proteção da Vegetação Nativa, que regulamenta o uso e a proteção de florestas e outras vegetações nos imóveis rurais, é referência no setor. O que ele preferiu omitir foi como ele e, principalmente, o ex-ministro Ricardo Salles se esforçaram para sabotar esse mesmo código. No ano passado, Bolsonaro tentou suspender parte da legislação para regularizar invasões. Também em 2020, Salles disse que a revogação de leis ambientais “reduziria a burocracia”. Na verdade, facilitaria a “passagem da boiada”.
Até quando diz que o desmatamento caiu em agosto em relação ao mesmo período de 2020 ele falta com a verdade. Há diferenças em relação aos valores exatos. O Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) mostra que houve, sim, redução na taxa de desmatamento quando comparamos com os dados do ano passado, embora ela continue bastante elevada. Já o Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônica) mostra que a devastação aumentou – e o acumulado de janeiro a agosto é o pior dos últimos 10 anos.
Quando começou a falar, prometeu mostrar um Brasil diferente daquilo que é publicado em jornais ou visto nas televisões. Foi o que fez. Apresentou uma realidade distante dos fatos, construída sobre exageros e mentiras.
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