Por Crispin Kyala

BUKAVU, República Democrática do Congo (Reuters) – Perto das margens do Lago Kivu, no leste da República Democrática do Congo, o artista Patrick Cikuru Cirimwami atravessa uma montanha de garrafas plásticas na altura dos joelhos, recolhendo o máximo que consegue carregar em uma sacola grande.

Não há coleta pública de lixo na área, e o lixo que acaba no lago costuma causar avarias em uma usina hidrelétrica, provocando cortes de energia.

Mas o objetivo de Cikuru Cirimwami é maior do que ajudar na limpeza. Mais tarde, ele derreterá o plástico para fazer um líquido espesso que usa para pintar retratos de políticos com a intenção de condenar o que ele diz ser a inação deles em proteger o meio ambiente.

“Houve muitas conferências na República Democrática do Congo, muitas reuniões… mas não tomamos medidas para proteger a natureza. Como artista congolês, posso enviar uma mensagem”, disse o jovem de 26 anos.

No mês passado, os retratos do artista de figuras políticas importantes, do líder da independência Patrice Lumumba ao atual presidente Felix Tshisekedi, foram exibidos em um centro cultural em sua cidade natal, Bukavu.

O Congo, assim como outras nações africanas, insistiu em seu direito de desenvolver sua economia explorando seus vastos recursos naturais. O país foi criticado por colocar blocos de petróleo em leilão na segunda maior floresta tropical do mundo.

Mas o país se comprometeu a minimizar o impacto potencialmente devastador usando métodos de perfuração modernos e regulamentação rígida.

O país também sediou negociações antes da cúpula do clima COP 27 de novembro para pedir às nações ricas que honrem uma promessa às nações em desenvolvimento de garantir financiamento justo para combater as mudanças climáticas.

(Reportagem de Crispin Kyala)

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