SÃO PAULO (Reuters) – O artista brasileiro Mundano tem usado cinzas dos incêndios da floresta amazônica para criar um mural em São Paulo que retrata um bombeiro parado em meio a desmatamento, incêndios e animais mortos.

“Estou usando a prova de um crime”, disse Mundano, chamando a arte de 1.000 metros quadrados na lateral de um prédio um ato de “artivismo”.

Mundano viajou mais de 10 mil quilômetros pelo Brasil nos meses de junho e julho, recolhendo cinzas da floresta amazônica, do Pantanal, do Cerrado e da Mata Atlântica.

Ele também se encontrou com bombeiros e voluntários para ouvir suas histórias.

O desmatamento ilegal na Amazônia, a maior floresta tropical do mundo, tem disparado durante o governo do presidente Jair Bolsonaro, com sua defesa da agropecuária e do garimpo na região.

Somente em agosto, satélites registraram 28.060 focos de incêndio na Amazônia, região vista como uma defesa vital contra a mudança climática por causa da vasta quantidade de dióxido de carbono que sua vegetação absorve e armazena, e o desmatamento aumentou em setembro em comparação com um ano atrás.

“Esse mural é um protesto, um socorro”, disse Mundano. “Estou com a causa dos brigadistas e também com a causa para pararmos com essa cultura do fogo, que esta nos levando a autodestruição.”

(Reportagem da Reuters TV)

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