A brasilidade registrada em telas coloridas e formas exuberantes respira ares animadores. A começar pelo mais recente recorde registrado no mercado nacional de artes: o quadro A Caipirinha, autorretrato de Tarsila do Amaral pintado em 1923 durante uma passagem da modernista por Paris, foi arrematado por R$ 57,5 milhões em um leilão na Bolsa de Arte (SP). Foram necessários apenas 15 minutos e 19 lances para atingir o maior valor já pago por uma obra brasileira em venda pública.

Também não demorou muito tempo até que se esgotassem os ingressos para a megaexposição panorâmica Osgemeos: Segredos, na Pinacoteca de São Paulo. Com mais de 1 mil itens (cerca de 50 inéditos ou nunca exibidos no Brasil), a mostra será exibida até 22 de fevereiro, com tempo de permanência para os visitantes no prédio de no máximo uma hora, cumprindo os protocolos de segurança em razão da Covid-19.

Desse grupo seleto também faz parte Beatriz Milhazes, que se tornou a artista brasileira viva com a obra mais cara arrematada em um leilão: o quadro Meu Limão, em 2012, por US$ 2,1 milhões. Além de estampar seus caleidoscópios coloridíssimos em uma das coleções de bolsas mais recentes da Louis Vuitton, a carioca está em cartaz em São Paulo com a maior exposição de sua carreira. Avenida Paulista reúne cerca de 170 trabalhos produzidos entre 1989 e 2020, entre eles desenhos inéditos feitos na quarentena. Até 30 de maio, no Itaú Cultural e no Masp.

(Nota publicada na edição 1203 da Revista Dinheiro)