O ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga disse nesta quarta-feira, 27, que vê riscos para a tramitação da reforma da Previdência no Congresso Nacional. “Está longe de ser um consenso. O governo vai ter de mobilizar toda sua energia e capital político para conseguir este resultado (aprovação da reforma)”, afirmou a jornalistas, após participar de painel na Escola de Economia de São Paulo, da Fundação Getulio Vargas (EESP/FGV).

Fraga disse que, embora não seja especialista em política, reconhece que, “olhando de fora, o clima está difícil”.

“O País continua tendo uma quantidade enorme de partidos. E a política funciona a partir de negociações. Isso não tem nada a ver com o modelo de corrupção, rejeitado por todos nós. Tem a ver com política. A política existe na Noruega, no Japão, nos EUA. Precisamos fazer política com P maiúsculo”, afirmou Fraga.

Na avaliação do economista, que presidiu o BC durante o segundo mandato do Governo Fernando Henrique Cardoso, a reforma da Previdência é o principal item da pauta econômica e social do País neste momento.

Ele defendeu a mudança nas aposentadorias e disse que o atual regime é “repleto de injustiças”. “Por isso, há muitas e boas razões para se fazer a reforma e para que ela seja impactante”, afirmou.