A Armênia acusou nesta segunda-feira (2) o exército do Azerbaijão de bombardear seu território, matando um civil e ferindo duas pessoas, aumentando o temor sobre uma nova escalada do conflito na região de Nagorno Karabakh.

“Hoje o lado azerbaijano disparou tiros de artilharia contra posições das forças armadas armênias e na cidade de Davit Bek”, escreveu a porta-voz do ministério da Defesa da Armênia, Chouchan Stepanian, no Twitter.

Davit Bek está localizada a um quilômetro da fronteira entre a Armênia e Nagorno Karabakh, que a comunidade internacional reconhece como parte do Azerbaijão.

Os combates violentos acontecem entre as tropas e os soldados azerbaijanos da autoproclamada república de Nagorno Karabakh, apoiada pela Armênia por mais de um mês.

A Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, disse nesta segunda-feira que existe a possibilidade de crimes de guerra terem sido cometidos no conflito de Nagorno-Karabakh, devido a ataques “indiscriminados” contra a população civil.

Bachelet menciona vídeos confiáveis para ela que mostram a execução de dois soldados armênios uniformizados por tropas do Azerbaijão.

“O Direito Internacional Humanitário é muito claro. Ataques realizados em violação do princípio da proporcionalidade podem ser crimes de guerra”, disse ela.

“De acordo com o Direito Internacional Humanitário, o assassinato voluntário de pessoas protegidas é uma violação grave da convenção de Genebra e, portanto, um crime de guerra”, enfatizou Bachelet.

“A Armênia e o Azerbaijão tiveram negociações em Genebra na sexta-feira para reduzir os ataques a civis, porém vários atentados a bomba em áreas povoadas foram registrados no fim de semana”, observou o escritório de Bachelet.

Nagorno Karabakh, área povoada principalmente por cristãos armênios, se separou do Azerbaijão, um país muçulmano xiita de língua turca, pouco antes da desintegração da União Soviética em 1991, dando lugar a uma guerra que deixou 30.000 mortos.