Com base na análise de argilas encontradas em uma das crateras de Marte, que só poderiam ter se formado em um ambiente estável e favorável à vida, cientistas acreditam que partes do planeta vermelho podem ter sido habitáveis ​​por milhares de anos.

Em 2016, o rover Curiosity da NASA usou sua broca a bordo para recolher amostras da superfície marciana de dentro da cratera Gale. Estudando a amostra com raios-X, os cientistas descobriram a presença de um mineral de argila específico relacionado às chamadas argilas glauconíticas, que apontam para um período de habitabilidade no passado da cratera.

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Embora já se pensasse que o local continha um lago antigo por até 10 milhões de anos, cerca de 3,5 bilhões de anos atrás, quando a atmosfera do planeta era mais espessa e capaz de suportar água líquida em sua superfície, não estava claro se este lago teria condições de vida, como temperatura moderada e acidez neutra.

No entanto, a presença de resíduos minerais de argilas glauconíticas é um sinal promissor. Sua presença em Marte sugere que condições estáveis ​​- com temperaturas em torno de -3 a 15° C e água com pH neutro – podem ter existido em Marte na cratera Gale, possivelmente por até um milhão de anos.

Embora essas argilas glauconíticas sejam um indicador de habitabilidade neste momento, elas não são evidências da própria vida. Encontrar essas evidências é o objetivo de outro  rover da NASA – Perseverance – que agora explora a cratera de Jezero. As descobertas de Curiosity na cratera Gale são um sinal promissor de que o Perseverance pode dar sorte.