O governo argentino propôs nesta quinta-feira ao Mercosul a negociação com outros blocos e países, mas com a precaução de cuidar do emprego e da produção doméstica, informou o Ministério das Relações Exteriores em um comunicado em Buenos Aires.

“Não se trata de uma abertura frívola que expõe sua estrutura de produção (argentina) à competição externa”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores após uma videoconferência com delegados do Uruguai, Paraguai e Brasil.

Mercosul buscará mecanismo que considere interesses de cada país em negociações externas

Covid-19: Brasil passa dos 135 mil casos confirmados

Todos os três países reagiram com desconforto quando a Argentina declarou recentemente que não estava disposto a assinar acordos com a Coreia do Sul e outros países importadores que poderiam afetar seu sistema de produção e o mercado de trabalho.

No entanto, a tensão cessou com as novas conversas abertas pelos parceiros, afastando a crise.

“A situação econômica internacional apresenta um panorama de incerteza, com indicadores de queda nas economias desenvolvidas e uma queda acentuada no comércio”, afirmou o governo argentino.

A discussão foi levantada quando Buenos Aires anunciou que se afastaria das negociações para acordos de livre comércio com a Coreia do Sul, Canadá, Cingapura e Líbano.

“O Mercosul deve estar conectado ao mundo, com fluxos de investimento, transferência de tecnologia e mercados globais, mas protegendo seus setores sensíveis, o trabalho e a criação de valor agregado na região”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores argentino.

A Argentina rejeita uma abertura comercial que afete seus objetivos de “normalizar a enorme dívida externa herdada e os níveis muito críticos de sua atividade econômica”.