Maior marca de varejo de calçados femininos fashion da América Latina, Arezzo&Co deu importante passo na ampliação de seu portfólio ao comprar o Grupo Reserva, que tem um de seus principais pilares a grife masculina voltada aos públicos A e B. A partir do fechamento do negócio, no montante de R$ 715 milhões, será criado o maior grupo de moda e lifestyle do Brasil, com 13 marcas – sete da Arezzo e seis da Reserva. Aos calçados e bolsas da empresa comandada por Alexandre Birman, juntam-se itens de moda masculina, feminina e infantil da companhia carioca liderada pro Rony Meisler. Para vestir as pessoas dos pés à cabeça, a Arezzo deixa um mercado que movimenta R$ 11,6 bilhões anualmente e expande sua penetração para um setor que alcança R$ 41 bilhões. Uma jogada com potencial de ampliação de quase quatro vezes. “Foi um golaço de ambas as partes”, disse André Pimentel, sócio da Performa Partners, com 25 anos de experiência em varejo e também nas áreas em gestão de negócios, fusão e aquisição, reestruturações e turnarounds. Segundo Pimentel, a Arezzo avança na estratégia de alargar o portfólio de marcas e segmentos e a Reserva consegue condições de acelerar o crescimento no pós-pandemia. “Sozinha seria mais difícil. Agora a Reserva terá à disposição infraestrutura maior e suporte financeiro.” Na avaliação do banco Credit Suisse, a compra também foi positiva por se tratar de duas empresas com boa saúde financeira.

Em 2019, a Arezzo iniciou a ampliação do modelo de negócio ao se tornar a distribuidora exclusiva em território brasileiro da Vans, uma das principais marcas de streetwear do mundo. E agora coloca os pés em mais uma evolução comercial com a Reserva. Alexandre Birman, CEO da Arezzo&Co, afirmou que a operação de incorporação da Reserva tem como grande motivação o capital humano, a força de sua marca e o potencial para expandir muito além de seu core. “Algo que será peça fundamental na consolidação da plataforma de moda da Arezzo&Co. Criaremos, sem dúvida, um grande ecossistema de negócios”, disse.

Rony Meisler, atual CEO da Reserva, vai liderar a operação do braço exclusivo de lifestyle que será criado, o AR&Co – que combina as iniciais das duas companhias. “Somos um grupo de jovens com vontade de pensar e fazer diferente em um mercado tradicional”, disse. “Tenho um baita orgulho de que a combinação entre a Arezzo&Co e o Grupo Reserva já nasce como o maior ‘house of brands’ do mercado brasileiro.”

A efetivação do negócio será avaliada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Dos R$ 715 milhões pagos pela Arezzo, R$ 225 milhões são em dinheiro e o restante em ações. Os atuais acionistas da Reserva ficarão com 8,7% da Arezzo&Co. Na quarta-feira (28) a empresa estava avaliada em R$ 4,6 bilhões na B3. No dia 22, as ações da companhia estavam sendo vendidas a R$ 52,54. Na tarde de quarta-feira (28), os papéis eram comercializados por R$ 60,08 – alta de 14,3%.