O Brasil deve assinar ao menos mais dois acordos comerciais até o fim deste ano, afirmou nesta terça-feira, 2, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Hoje, o Mercosul toca quatro negociações de forma avançada: com o Canadá, com os países europeus do EFTA (formado por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein), com Cingapura e com a Coreia do Norte.

A expectativa do governo brasileiro é que seja possível concluir no segundo semestre ao menos duas dessas tratativas. “Nosso presidente afirmou no Japão que esse acordo (Mercosul e União Europeia) destravará outras negociações. No período de dois anos desse governo, certamente teremos criado uma rede densa de acordos, com grandes economias que são polos tecnológicos”, disse Araújo nesta terça-feira em coletiva de imprensa em Brasília.

O ministro afirmou que, diante da conclusão do acordo com os europeus, aumentou o interesse do Japão para firmar um tratado com o bloco sul-americano. Já com a China, Araújo esclareceu que não há intenção de se avançar, por ora, num acordo comercial amplo. “Cada país do Mercosul tem uma estratégia. Estamos tentando ações pontuais para abrir novos mercados interessantes ao Brasil, sobretudo na parte agrícola, de atração de tecnologia e investimentos”, disse.

Por causa do acordo com o Mercosul, o Brasil só está autorizado a negociar acordos que envolvam tarifas em conjunto com os outros Estados-membros do bloco – Argentina, Paraguai e Uruguai. Mas é possível negociar bilateralmente outros tipos de acordo internacional, como aqueles que garantem segurança a investimento ou eliminam a dupla tributação.

Ainda sobre as iniciativas para aumentar a inserção internacional da economia brasileira, o chanceler citou o lançamento da “Parceria para a Prosperidade” com os Estados Unidos, o que ele classificou como uma “guarda-chuva” para a construção de acordos comerciais bilaterais com os americanos. Araújo destacou ainda “sinalizações importantes” de interesse vindas de países árabes, como Arábia Saudita e Emirados Árabes.

“Cada acordo que a gente concluir fica mais fácil concluir outros, nos torna um parceiro mais interessante para aqueles que ainda não temos acordo e melhora nossa posição negociadora”, disse o chanceler. “É a visão de um Brasil grande, no centro das grandes decisões mundiais, que abre sua economia para se inserir melhor nos fluxos internacionais”, completou.