Entre polêmicas, hienas, citação no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco e vídeo desesperado com ataques à imprensa, a viagem do presidente Bolsonaro ao Oriente Médio já rendeu, ao menos, um bom fruto. O Fundo Soberano da Arábia Saudita deve investir US$ 10 bilhões (cerca de R$ 40 bilhões) em projetos no Brasil. O anúncio foi feito na terça-feira 29, logo após o encontro do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman com Bolsonaro, durante o qual eles conversaram sobre
oportunidades de investimentos. Na ocasião, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, declarou que a atitude do governo saudita foi uma “demonstração de confiança dos árabes no Brasil”. Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, disse que essa verba “vai estimular outros fundos a investir no nosso País”. Uma das obras de infraestrutura que podem ser beneficiadas pelo programa é a ferrovia Ferrogrão, que liga o Mato Grosso ao Pará. Na própria terça-feira, Bolsonaro publicou, em sua conta no Twitter, nota informando que “a intenção é investir em portos, estradas, mineração, imóveis e entretenimento”.

 

Negócios

Fiat Chrysler e Peugeot negociam fusão que pode criar companhia de US$ 50 bilhões

Leo Lara

Dois gigantes do setor automobilístico podem se unir, num dos maiores negócios do segmento. Na quarta-feira 30, a montadora Fiat Chrysler (FCA) confirmou que está em negociações com a francesa Peugeot. Segundo relatório divulgado pela FCA, de capital italiano e americano, a fusão teria “o objetivo de criar um grupo que figure entre os líderes da mobilidade”. A Peugeot, por sua vez, também divulgou comunicado, afirmando que há “negociações em curso para criar um dos principais grupos de automóveis do mundo”. Se concretizada, a união fará surgir a quarta maior companhia do setor no planeta, com valor inicial estimado em US$ 50 bilhões (mais de R$ 200 bilhões). Segundo fontes que acompanham as tratativas, ao menos uma questão já estaria resolvida, em relação ao comando da nova corporação: a direção geral ficaria nas mãos do CEO da Peugeot, Carlos Tavares, enquanto a presidência do Conselho de Administração seria ocupada pelo CEO da FCA, John Elkann.

 

Economia

CVM aprova fundo que investe em empresas de maconha

Na terça-feira 29, passou a valer para investidores do Brasil um novo fundo temático de cannabis. Pioneiro no País, o Fundo Vitreo Canabidiol FIA IE recebeu aprovação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e está sendo gerido pela fintech Vitreo. O fundo anunciou que investirá em cerca de 80 empresas do negócio da maconha legalizada. Fundador da Vitreo, o economista George Wachsmann afirmou que o objetivo é captar R$ 100 milhões. Segundo ele, o retorno é uma combinação do rendimento nas variações do dólar e dos preços dos ativos no exterior. “Não dá para esperar um crescimento absurdo”, disse. E não é qualquer um que pode entrar nesse jogo. O fundo é reservado a investidores que tenham, no mínimo, R$ 1 milhão em aplicações financeiras ou que possuam alguma certificação validada pela CVM.

 

Criptomoedas

China será o primeiro país do mundo a lançar moeda digital própria

Mostrando sua vocação tecnológica, a China já prepara o lançamento da própria moeda digital. O anúncio foi feito na terça-feira 29, pelo vice-presidente do Centro de Intercâmbio Econômico Internacional da China (CCIEE), Huang Qifan, no Bund Financial Summit, realizado em Xangai. O futuro das moedas digitais foi um dos assuntos em debate no encontro. De acordo com Qifan, o Banco Popular da China já estuda, há mais de cinco anos, como montar sistemas de pagamento eletrônico em moeda digital. “Provavelmente, teremos o primeiro banco central a introduzir a moeda digital no mundo”, disse o executivo, afirmando que as criptomoedas emitidas pelos governos permitiriam aos estados soberanos reforçar os direitos de distribuição monetária. Ele declarou, ainda, que, para garantir segurança e conveniência, a moeda digital chinesa deve estar vinculada ao PIB do país. Esse cenário foi reforçado pelo presidente Xi Jinping. Ele declarou que a China precisa implantar mais tecnologias baseadas em blockchain. Ainda não há data definida para o lançamento da criptomoeda do gigante asiático, mas os analistas estimam que ocorra nos próximos meses.

 

Tecnologia

iFood fará entregas com robôs já em 2020

Prepare-se para receber sua refeição, na porta da sua casa, das “mãos” de um robô. É que o iFood acaba de anunciar que usará veículos autônomos em suas entregas, já a partir do ano que vem. As máquinas serão 100% elétricas, terão capacidade de transportar até 30 quilos e autonomia de 12 horas ininterruptas de trabalho. O projeto foi desenvolvido em parceria com a empresa Synkar, especializada em Inteligência Artificial. Com isso, o iFood quer ser a primeira companhia a usar robôs nesse tipo de serviço e expandir para outros modais. Em comunicado, a companhia informou que o equipamento está sendo projetado para atender a todas as exigências técnicas do mercado. Segundo o iFood, “o uso de robôs autônomos é um passo em direção à aplicação de Inteligência Artificial para uma experiência de entrega ainda mais eficiente”. Inicialmente, a nova máquina será utilizada apenas para entregas dentro de grandes condomínios residenciais. A empresa não divulgou os valores já investidos no projeto.

 

“Torna-se evidente que o atrevimento presidencial parece não encontrar limites na compostura que um chefe de Estado deve demonstrar no exercício de suas altas funções”

Ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), na segunda-feira 28, em resposta a um vídeo postado por Jair Bolsonaro no Twitter, no qual o presidente se compara a um leão que afugenta hienas. No vídeo, as hienas representam opositores de Bolsonaro e o STF

 

Números

R$ 10 bilhões – É quanto o BNDES vai antecipar em dividendos ao governo federal este ano, para ajudar o resultado fiscal da União.

US$ 3 bilhões – É o custo que a GM estima que terá, em consequência da paralisação de 40 dias de suas unidades nos Estados Unidos.

US$ 10 bilhões – Foi o valor do contrato de serviço fechado pela Microsoft com o Pentágono, para ceder seus serviços de computação em nuvem ao Departamento de Defesa dos Estados Unidos.