No dia 2 de outubro o jornalista saudita Jamal Khashoggi entrou na embaixada de seu país, na Turquia, e nunca mais foi visto. Duas semanas depois do desaparecimento do profissional do Washington Post, sempre muito crítico ao regime da Arábia Saudita, começaram a surgir ao redor do planeta diversas medidas de retaliação em relação ao país.

O choque mais notório aconteceu na última sexta-feira (12), quando o presidente americano Donald Trump ameaçou retaliar o país após o desaparecimento de Khashoggi. A fala do mandatário fez com que a bolsa saudita caísse 7%, recuperando 1,8% nesta segunda-feira (15). Já o preço do petróleo operou em alta no final da última semana.

Para além da reação do mercado, investimentos entre ocidentais e sauditas começaram a ser afetados. O mais evidente é a paralisação dos negócios de Richard Branson, que havia firmado acordo de US$ 1 bilhão com a Arábia Saudita para investir nas empresas de turismo espacial Virgin Orbit e Virgin Galactic. O anúncio foi feito através do blog pessoal do magnata inglês, que declarou “enquanto estiverem acontecendo as investigações, e o paradeiro do Sr. Khashoggi for desconhecido, suspenderei os dois projetos de turismo. A Virgin também suspenderá qualquer discussão sobre investimentos em nossas companhias espaciais.”

Outra empresa que se posicionou contrária ao governo de Mohammed bin Salman foi a Uber, que através de seu CEO, Dara Khosrowshahi, anunciou que não participará do evento Future Investment Initiative (FII), que aconteceria na Arábia Saudita e era considerado por muitos como um “Davos no deserto”. O evento é voltado a discutir alternativas econômicas entre grande líderes mundiais e sofreu esvaziamento considerável nos últimos dias. Grandes veículos de imprensa também anunciaram boicote ao evento como Financial Times, Nikkei, New York Times, Bloomberg, CBS e CNBC.