Um tribunal egípcio ordenou a apreensão dos bens do falecido ex-presidente Mohamed Mursi e de outros 88 responsáveis da Irmandade Muçulmana, um movimento classificado como “terrorista” pelo governo, disse uma fonte judicial neste domingo (16).

“O tribunal de assuntos urgentes (…) ordenou a apreensão de bens de 89 dirigentes e membros da irmandade e a sua transferência para o Tesouro Público”, informou a mesma fonte, que pediu para não ser identificada.

O embargo afeta, sobretudo, os bens herdados pela esposa e os quatro filhos do ex-presidente – que morreu em junho de 2019 em pleno processo, após ter passado seis anos na prisão -; os pertences do guia supremo da irmandade, Mohamed Badie; de seu vice, Jairat al Shater; e de Mohmaed Beltagui, todos eles na prisão.

O valor da soma de todos os ativos não foi especificado.

Não é a primeira apreensão do tipo a ser determinada no Egito, sob a lei sobre a “organização e gestão de bens de terroristas e grupos terroristas”, aprovada em 2018. Em 2019, foram embargadas as posses de centenas de membros da irmandade.

Mursi, o primeiro presidente democraticamente eleito do Egito, foi deposto pelo general Abdel Fattah al Sisi, que mais tarde foi empossado como presidente, após uma série de manifestações massivas contra o governo.

A partir de 2013, Al Sisi orquestrou uma forte repressão contra a oposição, especialmente a Irmandade Muçulmana, que a justiça declarou como “organização terrorista” nesse mesmo ano.