A gigante de tecnologia americana Apple apresentou uma ação judicial nesta terça-feira (23) contra a NSO, fabricante de programas espiões, por ter como alvo os usuários de seus dispositivos, alegando que a empresa israelense no centro do escândalo Pegasus deve ser responsabilizada.

“Para evitar mais abusos e danos a seus usuários, a Apple também está buscando uma ordem judicial permanente para proibir o Grupo NSO de usar qualquer programa, serviço ou dispositivo da Apple”, disse a empresa californiana em nota divulgada para anunciar o processo.

“O Grupo NSO cria tecnologia de vigilância sofisticada patrocinada pelo estado que permite que seu spyware altamente direcionado monitore suas vítimas”, alegou.

O processo da gigante do Vale do Silício gera novos problemas para a NSO, que está envolvida em controvérsias sobre relatos de que dezenas de milhares de ativistas, jornalistas e políticos foram alvos potenciais do Pegasus.

Há apenas algumas semanas, as autoridades dos Estados Unidos restringiram as relações entre o NSO e grupos americanos sob acusações de que a empresa israelense “permitiu que governos estrangeiros realizassem uma repressão transnacional”.

Após as preocupações iniciais sobre a Pegasus, uma onda subsequente de temores surgiu quando o fabricante do iPhone lançou uma correção em setembro para uma falha que pode permitir que software espião infecte dispositivos sem que os usuários cliquem em um link ou mensagem maliciosa.

O chamado “clique zero” pode corromper silenciosamente o dispositivo alvo e foi identificado por pesquisadores do Citizen Lab, uma organização de vigilância da segurança cibernética no Canadá.