Há anos, o Brasil produz mais energia do que o volume consumido, mas, para a campeã da categoria Energia Elétrica da premiação As Melhores da DINHEIRO 2020, Engie Brasil Energia, isso está longe de ser um problema. Com faturamento de R$ 10,5 bilhões em 2019, alta de 12,9% em relação ao ano anterior, quando o total foi de R$ 9,3 bilhões, o grupo Engie encerrou o ano com uma receita global de 60,1 bilhões de euros. Os resultados expressivos deram o primeiro lugar do pódio para a subsidiária da multinacional francesa, que aposta em geração de energia como forma de expansão.

O consumo acumulado de energia no Brasil até agosto apresentou queda de 4,1%, segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Essa diminuição foi inevitavelmente provocada pela crise sanitária que obrigou empresas a fechar ou reduzir as atividades. No entanto, para a Engie Brasil Energia, maior geradora privada de energia elétrica do País, o maior impacto não foi comercial, mas sim no setor operacional, com o grande número de afastamento por suspeita do coronavírus e redução de equipe para a criação de uma turma de reserva em caso de contaminação. “Tivemos de isolar equipes que estavam em regiões onde houve aumento na contaminação, perdendo a capacidade de reserva por, pelo menos, 15 dias”, afirmou à o diretor-presidente da Engie Brasil, Eduardo Sattamini. A companhia, que está no Brasil há 22 anos e tem sede na cidade de Florianópolis (SC), é detentora de 6% da capacidade de geração de energia do País, um total de 10.211MW.

Mesmo no auge da crise da pandemia, no segundo trimestre de 2020, a empresa apresentou crescimento. A receita operacional líquida variou positivamente 23,4%. Saiu de R$ 2,18 bilhões do período abril-junho de 2019 para R$ 2,69 bilhões. O lucro líquido teve performance ainda melhor, com alta de 98,7%. Passou de R$ 385,4 milhões no segundo trimestre de 2019 para R$ 765,8 milhões em 2020. Já a margem Ebitda no período ficou em 53,3%, avanço de 5,0 pontos percentuais sobre 2019.

Eduardo Aattamini Empresa: Engie Brasil Cargo: diretor-presidente Principal realização da gestão: após aquisição da tag, Engie se torna a detentora da mais extensa malha de transporte de gás natural em território nacional.

A esse crescimento expressivo se junta a conclusão de compra, este ano, de participação acionária na Transportadora Associada de Gás S.A. (TAG), tornando a Engie a detentora da mais extensa malha de transporte de gás natural do País, com 4.500km que percorrem dez estados. O investimento total de quase R$ 33 bilhões garantiu ao grupo francês a participação de 65% na TAG – dos quais 32,5% percentem à operação brasileira. O fundo canadense Caisse de Dépôt et Placement du Québec (CDPQ) detém os 35% restantes do negócio.

A compra da ex-subsidiária da Petrobrás marca a entrada da Engie no mercado de gás natural. Para Sattamini, a aquisição colabora na obtenção de resultados positivos, que são consequência, também, de investimentos realizados em anos anteriores, como a inauguração, no segundo trimestre de 2019 da Usina Termelétrica Pampa Sul, localizada no município de Candiota (RS). “A empresa está crescendo”, afirmou. “Investiu nos últimos anos e esse investimento está maturando e se transformando em resultado.”

“Os resultados positivos são fruto de uma estratégia de investimentos aliada ao aumento do volume de energia vendida e do preço médio dos contratos” Eduardo Sattamini, diretor-presidente da Engie Brasil.

A mesma lógica está sendo mantida durante este ano. Com investimento total de R$ 588 milhões no segundo trimestre de 2020, a Engie Brasil destinou quase 92%, do valor (o equivalente a R$ 540 milhões) na linha de novos projetos. A previsão de investimentos entre este ano e 2021 é de R$ 7 bilhões, e prioriza três grandes projetos de construção de linhas de transmissão. No Paraná, 15 linhas com aproximadamente 1 mil quilômetros vão compor o projeto chamado Gralha Azul, resultando na geração de 5 mil empregos. Outra parte será destinada à construção, operação e manutenção de 1.800km de linhas de transmissão nos estados do Pará e do Tocantins, formando o complexo batizado de Novo Estado. O terceiro será na Bahia, onde todos os investimentos serão revertidos para a segunda fase do projeto do Conjunto Eólico Campo Largo, que contempla 86 aerogeradores, com 361,2 MW de capacidade total instalada.

Para Eduardo Sattamini, receber o prêmio da DINHEIRO é sinal de que a empresa possui as pessoas certas, engajadas pelo mesmo propósito. “Nossa ambição é ser líder de mercado, aumentar a capacidade de produção de energia limpa, visando a redução da emissão de gases de efeito estufa, e contribuir para a neutralização da emissão de carbono dos nossos clientes”, disse. Tudo isso aliado a fortes resultados.

As melhores

1. ENGIE 450,25 PONTOS

2. ALUPAR 413,73 PONTOS

3. CPFL 316,50 PONTOS