A operadora de telefonia celular TIM vai anunciar nos próximos dias uma parceria com a gigante do setor de tecnologia IBM para serviços de computação em nuvem.

Não é o primeiro acordo desse tipo que a empresa de telefonia da Telecom Italia faz para ganhar espaço no mercado corporativo.

O acordo com a IBM, no entanto, ilustra a estratégia da TIM para conquistar grandes empresas e aumentar assim sua participação no segmento que mais cresce no mercado de telefonia: o pós-pago.

Não é por acaso que a companhia lançou uma nova estratégia, batizada de TIM Black, cuja aposta é aumentar a base de pós-pagos.

“Estamos uma transição de volume para valor”, diz Rafael Marquez, diretor de marketing para o segmento de grandes clientes da TIM Brasil. Em resumo: a operadora mira rentabilidade em vez de participação de mercado. “O nosso motor de crescimento é no mercado pós-pago.”

A partir de 2010, a TIM Brasil apostou pesado na telefonia pré-paga, ganhando rapidamente participação de mercado. A estratégia deu resultado e ela se tornou a maior operadora em volume na modalidade e a segunda em geral (que soma também as linhas pós-pagos), atrás apenas da Vivo, da Telefônica.

Mas os ventos mudaram. O advento do aplicativo de mensagens WhatsApp e a redução drástica do valor das tarifas de interconexões tiraram a atratividade das linhas pré-pagas.

Para se ter uma ideia, os assinantes pré-pagos no mercado brasileiro somavam 212,9 milhões em 2014. No segundo trimestre de 2017, eram 160,2 milhões, uma redução de quase 25%.

Na TIM, que ainda lidera essa área com 28,09%, os pré-pagos passaram de 62,2 milhões para 44,9 milhões, queda de 27,8%, no mesmo período.

Ao mesmo tempo, as linhas pós-pagas saltaram de 67,8 milhões de assinantes, em 2014, para 81,9 milhões, no segundo trimestre de 2017, alta de 20,7%.

A estratégia de ofertar serviços para clientes corporativos, como o acordo fechado com a IBM, se insere nesse contexto de aumentar a base de clientes pós-pagos e, ao mesmo tempo, oferecer serviços agregados.

O que a companhia espera é, como disse Marquez, aumentar o valor médio de suas contas por cada assinante celular, que hoje está na casa de R$ 19,4, segundo a consultoria Teleco, especializada em telecomunicações.

“Não faz sentido criar um produto interno para brigar com grandes empresas mundiais”, diz o diretor da TIM, referindo-se a parceria com a IBM.“O nosso DNA é a conectividade.”

Além da IBM, a TIM tem uma parceria com a Arbor na área de segurança. A companhia também deve buscar novas parcerias. Uma delas, segundo Marquez, é na área de data centers.