A diretoria do Sul América, segundo maior grupo segurador do Brasil, passou a manhã e a tarde da quinta-feira reunida numa sala no oitavo andar da sede paulista, no Morumbi. Ao final do encontro, foi definido um plano agressivo de trabalho para os próximos anos: a Sul América quer crescer entre 10% a 15% acima do resto do mercado e triplicar de tamanho em duas áreas de atuação, a de administração de recursos e a de produtos de previdência complementar. ?Os juros vão cair, a economia vai crescer e queremos acelerar mais do que o resto do mercado?, disse Patrick de Larragoiti, presidente da Sul América.

Fundada há 107 anos, a Sul América vendeu 49% de suas operações de seguros, previdência e investimentos para o banco holandês ING em 2002 e está promovendo uma forte reestruturação interna. A idéia é se preparar para a nova fase da economia. ?Com a queda dos juros, as seguradoras terão menos ganhos financeiros e dependerão mais da eficiência operacional?, diz o vice-presidente executivo, Hélio Novaes.

Hélio atribui a essa reorganização a melhoria
dos números do grupo: no primeiro semestre a Sul América lucrou R$ 12 milhões, 10 vezes mais do que no mesmo período de 2002. A receita ficou em R$ 2,8 bilhões. Agora, o plano é crescer bem mais rápido do que a concorrência, puxado não só pelos negócios tradicionais, como a área de saúde, mas também pelas duas novas prioridades.

A meta é elevar o patrimônio da administradora de recursos de R$ 5 bilhões para R$ 15 bilhões, num prazo de seis anos. Para cumprir essa tarefa, foi contratado Walter Mundell, ex-diretor dos bancos Real e Lloyds, com a missão de lançar novos fundos. A outra prioridade é engordar a carteira de previdência de R$ 600 milhões para R$ 1,8 bilhão. ?O mercado brasileiro pode crescer muito mais rápido do que as economias maduras?, disse Fred Hubbell, presidente mundial da área de seguros do banco holandês, que participou da reunião de estratégia da Sul América, em São Paulo, junto com o executivo para a América Latina, Yves Brouillette.