A Petrobras está disposta a negociar as condições do programa de desligamento de 396 empregados da fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados (Ansa), após o Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-PR) determinar a suspensão das demissões até 6 de março. Em nota oficial, a empresa não faz menção a uma possível desistência das demissões.

O encerramento da operação da Ansa, e a consequente demissão dos seus empregados e de centenas de outros indiretos, é o principal motivo da greve dos petroleiros, que nesta quarta-feira entra no 19º dia. A paralisação é liderada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP).

Na decisão do TRT-PR, a desembargadora Rosalie Batista indicou que a direção da Ansa e também do Sindiquímica-PR, representante dos empregados da fábrica de fertilizantes, restabeleçam negociações. Mas, para isso, os grevistas do Paraná devem deixar a greve iniciada no dia 1º deste mês. Nova audiência com o tribunal está marcada para 6 de março.

“A Ansa discutirá com o Sindiquímica-PR as condições do pacote de benefícios para os desligamentos dos seus 396 empregados dentro do cronograma de hibernação (da fábrica) previsto”, informou a empresa em comunicado oficial, acrescentando que o plano de desligamento proposto inclui o pagamento de até R$ 210 mil, de acordo com a remuneração e o tempo de trabalho dos trabalhadores demitidos; a manutenção da contribuição da empresa nos planos médico e odontológico; benefício farmácia e auxílio educacional por dois anos ou até o trabalhador demitido iniciar em novo emprego.

Além disso, a empresa oferece assessoria especializada em recolocação profissional. O Ministério Público do Trabalho cobra da empresa que se manifeste também sobre os empregados indiretos, que, segundo a FUP, somam 600 pessoas. Uma das cobranças é que a empresa estenda essa assessoria a esses trabalhadores.

No comunicado, a companhia reiterou que a Ansa está sendo fechada porque gerava prejuízos sucessivos e não foi encontrado comprador para ela.