Um dia após a troca de gestão da Usiminas, as ações da siderúrgica mineira encerraram em baixa de 2,88%, cotadas a R$ 4,05. O recuo dos papéis também reflete a queda dos preços do minério de ferro, afetando ontem as ações das outras siderúrgicas do País.

No caso da Usiminas, a mudança de comando falou mais alto. Na quinta-feira, o conselho de administração da companhia votou pela saída do presidente Rômel de Souza, nome de confiança do grupo japonês Nippon Steel, um dos sócios do bloco de controle do grupo. O executivo Sérgio Leite foi reconduzido à presidência.

A Ternium, também sócia controladora e que está em litígio com a Nippon, afirmou ontem, em nota, que Souza, presidente destituído, “violou gravemente a lei, o estatuto e as regras de compliance da Usiminas ao assinar sozinho e ilegalmente um memorando estratégico com a japonesa Sumitomo sem o conhecimento do conselho, diretoria ou departamento jurídico da companhia”

Em comunicado, a Nippon Steel informou que tomará todas as medidas legais cabíveis contra a destituição de Souza. O conglomerado japonês destacou que a ação foi ilegal e ilegítima, já que, segundo a companhia, violou o acordo de acionistas, que prevê consenso entre seus signatários. O advogado Luiz Fraga. do escritório BMA, que defende a Ternium, rebateu e disse que dada a gravidade do caso o entendimento da Ternium foi que era necessário adotar o voto livre considerando o melhor interesse da companhia.

Essa é a segunda vez, em menos de um ano, que o conselho da Usiminas destitui Souza. Leite foi eleito presidente em abril do ano passado, mas perdeu o cargo após uma decisão judicial em outubro favorável ao grupo japonês. Os dois sócios deram início, em setembro de 2014, a uma das maiores disputas societárias do País.