A China, principal compradora de carne bovina brasileira, suspendeu nesta quarta-feira (15) o embargo imposto em setembro, depois de terem sido detectados dois casos do ‘mal da vaca louca’, informaram o Ministério da Agricultura brasileiro e autoridades chinesas.

“O país asiático passa a aceitar novamente os lotes de carnes brasileiras certificadas a partir desta quarta-feira”, informou a pasta em um comunicado, após ser notificada pelas autoridades do gigante asiático.

“É retomada a importação de produtos de carne desossada (de animais) menores de 30 meses do Brasil para a China”, detalhou a Administração Geral de Alfândegas chinesa em seu site na internet.

A suspensão das remessas para a China, em vigor desde 4 de setembro, mantinha inquietos frigoríficos e produtores do Brasil, o principal exportador de carne bovina do mundo.

Em 2020, os envios à China totalizaram 4,04 bilhões de dólares, 48% das exportações de carne brasileira, segundo dados oficiais.

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O Secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Orlando Leite Ribeiro, avaliou ter havido um impacto mínimo no resultado anual da medida chinesa. “Se houver alguma diferença (em relação a 2020), não será superior a 2%”, disse à imprensa.

Inclusive com o embargo, as exportações de carne para o país asiático alcançaram 3,87 bilhões de dólares em 2021, 46% das vendas totais, informou o ministério em nota separada.

A China mantinha suspensas as entradas de carne brasileira desde que o Brasil identificou dois casos de encefalopatia espongiforme bovina (EEB) nos estados de Mato Grosso (centro-oeste) e Minas Gerais (sudeste).

Mas o embargo foi suspenso depois que a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, na sigla em inglês) avaliou que havia um “risco insignificante” em relação à doença identificada no Brasil, informou o Ministério da Agricultura.

A China já tinha liberado em novembro algumas remessas com certificação anterior ao embargo.

As exportações de carne brasileira alcançaram em 2020 os 2,2 milhões de toneladas, ou 14,4% do mercado internacional, à frente da Austrália e dos Estados Unidos, segundo dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), do Ministério da Agricultura.

O Brasil tem 217 milhões de cabeças de gado, 14,3% do rebanho bovino mundial.