Os Estados Unidos validaram, nesta quarta-feira (3), a prorrogação por cinco anos do tratado de desarmamento nuclear com a Rússia New START, poucos dias depois de Moscou ter aprovado a extensão, anunciou o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken.

“O presidente [Joe] Biden prometeu manter o povo americano a salvo das ameaças nucleares, restaurando a liderança dos Estados Unidos na questão do controle de armas e não proliferação”, disse Blinken em um comunicado.

“Hoje, os Estados Unidos deram o primeiro passo para cumprir essa promessa”, acrescentou.

O anúncio ocorre a dois dias do prazo de expiração do pacto, em meio a crescentes tensões entre Washington e Moscou em torno da prisão do opositor russo Alexei Navalny, denunciada pelos Estados Unidos e pelos europeus.

O recém-empossado governo democrata anuncia solenemente todos os dias a assinatura de novas medidas para se distanciar de seu antecessor republicano Donald Trump. Desta vez, a decisão foi dada a conhecer em um breve comunicado.

“Especialmente em tempos de tensões, ter limites verificáveis sobre as armas nucleares da Rússia com alcance intercontinental é de vital importância”, considerou o Departamento de Estado, que destacou que este pacto faz com que os Estados Unidos, seus aliados e o mundo inteiro sejam mais seguros.

“Uma competição nuclear sem limites nos colocaria em perigo”, disse a diplomacia dos EUA.

O ministério das Relações Exteriores da Rússia comemorou a extensão do acordo, afirmando que ele garante a “preservação” de um mecanismo fundamental para “manter a estabilidade estratégica”.

Este tratado assinado em 2010 é um dos últimos resquícios dos antigos pactos de redução de armas entre os ex-rivais da Guerra Fria.

O acordo, assinado em 2010, limita os arsenais de ambos a 1.550 ogivas cada um, ou seja, 30% a menos do que o fixado em 2002, e a 800 lançadores e bombardeiros pesados, número que, no entanto, ainda é suficiente para destruir a Terra várias vezes.

O acordo é visto como uma das poucas oportunidades de compromisso entre Moscou e Washington, cujos laços se deterioraram drasticamente nos últimos anos por causa de persistentes desacordos em relação a várias questões internacionais e mútuas acusações de interferência.