O Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda) deverá revisar no próximo mês sua projeção de crescimento de 5% em 2017 em relação a 2016, disse nesta terça-feira, 18, o presidente da entidade, Carlos Loureiro. “Espero que o ano não termine no vermelho”, disse.

As vendas da rede de distribuição de aço no primeiro trimestre do ano caíram mais de 8% na relação anual, para 708 mil toneladas. O desempenho foi o pior desde 2006, quando foram vendidas 642 mil toneladas de aço. Em 2007, as vendas foram de 768 mil toneladas.

Instabilidade do preço

O cenário do preço do aço no mercado brasileiro é de instabilidade, especialmente diante dos elevados prêmios, diferença entre o produto nacional e o importado, disse Loureiro.

Segundo o executivo, considerando a taxa de câmbio em R$ 3,10, o prêmio das chapas finas a quente está hoje acima de 20%; das chapas a fino a frio acima de 35% e os zincados acima de 40%.

“O desafio da siderurgia está hoje nesse prêmio e há baixa perspectiva de o preço subir lá fora”, comentou.

As importações em março subiram 118% na relação anual para 110,1 mil toneladas. Em relação a fevereiro a alta foi de 85,3%.

Na China, destacou o executivo, o preço do aço no último mês já caiu US$ 51 a tonelada e na Europa, US$ 35.

“As usinas estão muito pressionadas por resultados e apesar da preocupação em relação ao prêmio elas estão firmes em relação aos últimos aumentos que deram”, disse. Com os ajustes no último ano os preços do aço planos estão cerca de 60% mais altos.

A expectativa, diante desse cenário, é de que as importações de aço em abril continuem subindo. “Agora vamos ver até onde a queda de braço vai. A usina deve reagir em relação ao preço quando entrar muito aço”, afirmou o executivo.