O governo brasileiro, enfim, reconheceu o impacto das queimadas e do desmatamento ilegal para o futuro da Amazônia. Números divulgados na segunda-feira 18 pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que a área desmatada na floresta amazônica chegou a 9.762 km² entre agosto de 2018 e julho de 2019, o que significa um avanço de 29,5% em relação a igual período do ano anterior. É a maior taxa registrada desde o ciclo entre agosto de 2007 e julho de 2008, quando o órgão mediu 12.911 km² de área derrubada na região. Depois de tanto relutar contra os fatos, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, cedeu. Na quarta-feira 20, o político admitiu que é preciso “estabelecer estratégias” para combater o desmatamento ilegal na região. Não foram divulgadas metas para a diminuição progressiva ou um prazo para a queda dos crimes ambientais. A proposta do ministro aborda aspectos como regularização fundiária, monetização da preservação, bioeconomia e zoneamento econômico e ecológico. As ações, segundo ele, seriam financiadas pelo Fundo Petrobras, que repassará R$ 430 milhões para a preservação da Amazônia.

(Nota publicada na Edição 1148 da Revista Dinheiro)