Depois duas sessões consecutivas de desempenho positivo, com as quais acumulou ganhos de 3,52%, o Índice Bovespa perdeu fôlego e terminou o dia perto da estabilidade nesta quinta-feira, 19. O equilíbrio do indicador revelou não apenas o noticiário escasso, como também uma certa proporcionalidade entre influências positivas e negativas para as ações. Depois de ter alternado pequenas altas e baixas desde cedo, o índice acabou por fechar em alta de 0,06%, aos 85.824,25 pontos, e com R$ 10,7 bilhões em negócios.

Entre os fatores que favoreceram uma correção estiveram as bolsas de Nova York, que desde cedo ingressaram em um movimento de correção. Esse movimento foi acompanhado de perto pelas ações do setor financeiro, que foram destaques de baixa ao longo do pregão. Ao final do dia, alguns dos papéis recuperaram valor, também alinhados a uma melhora que veio de Wall Street. Assim, Itaú Unibanco fechou em baixa de 0,93%, enquanto Bradesco ON avançou 0,59%.

Entre fatores positivos estiveram as commodities, em especial o petróleo e o minério de ferro, que continuaram a operar em níveis elevados. Petrobras ON (+1,25%) e PN (+1,83%), além de Vale ON (+0,74%) foram durante toda a sessão os contrapontos que amenizaram as quedas das ações do setor financeiro.

“Foi um pregão morno, sem tendência definida. As ações dos bancos subiram muito no início do ano e é natural que se acomodem”, disse Marco Saravalle, analista da XP Investimentos. Para ele, parte da realização de lucros dos bancos está relacionada a uma percepção de que a economia nacional segue em ritmo de recuperação, mas talvez em um ritmo menor que o projetado meses atrás.

Ainda na análise por ações, operadores voltaram a destacar os papéis da BRF, que subiram 4,90%, maior alta entre as ações que compõem a carteira teórica do Ibovespa. O papel, que já havia se valorizado 10% na véspera, continuou a subir apoiado na possibilidade de Pedro Parente, presidente da Petrobras, ser eleito presidente do conselho de administração da companhia, em substituição a Abilio Diniz.

Na última terça-feira (17), o saldo líquido dos investimentos estrangeiros na B3 ficou positivo em R$ 157,276 milhões. Naquele dia, o Ibovespa fechou em alta de 1,48%. Com seis pregões consecutivos de entradas, o saldo acumulado em abril está positivo em R$ 1,078 bilhão na B3. Em 2018, o fluxo de recursos estrangeiros é positivo em R$ 1,120 bilhão.