Depois que a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que rescinda o acordo de colaboração premiada firmado com Nelson José de Mello, ex-diretor de Relações Institucionais da Hypermarcas, atual Hypera Pharma, a empresa se manifestou dizendo que “continua colaborando com as autoridades”. A empresa lembra, em nota, “que elegeu Comitê Independente em junho de 2018 para avaliar os fatos relacionados ao seu ex-diretor de Relações Institucionais”.

Se o ministro Edson Fachin, relator do caso, aceitar o pedido, Mello perde os benefícios que ganhou ao fazer a delação. Por outro lado, a PGR pede que a validade das provas apresentadas pelo delator sejam mantidas, caso o acordo seja encerrado.

De acordo com a Procuradoria, Mello descumpriu o compromisso de dizer a verdade, apresentou informações falsas e omitiu crime relevante praticado por ele, além de deixar de entregar provas ao Ministério Público Federal. Segundo a assessoria da PGR, entre os pontos mencionados na manifestação do órgão ao STF, está o fato de Mello ter afirmado que desconhecia quem eram os parlamentares beneficiados com os valores pagos pela empresa via contratos fraudulentos em decorrência da intermediação dele.

DEFESA DE NELSON MELLO

Em nota, a defesa de Nelson José de Mello afirmou que só se manifestará sobre o pedido de homologação da rescisão do acordo de colaboração perante a Procuradoria da República e o Supremo Tribunal Federal. Registra, no entanto, que Nelson José de Mello tem dado demonstrações concretas e sucessivas de seu compromisso de colaborar.