O presidente Jair Bolsonaro conversou com jornalistas nesta terça-feira, 2, ao lado do ministro do GSI, o general Augusto Heleno, em uma sinalização de que não há mal-estar com um de seus principais aliados após críticas feitas por um de seus filhos, o vereador Carlos Bolsonaro, à atuação da pasta no episódio da prisão de um sargento com cocaína na Espanha.

Bolsonaro, no entanto, não quis comentar as declarações de Carlos. Ao ser indagado sobre os comentários do filho, o presidente encerrou a conversa com a imprensa após menos de 3 minutos de duração. Em seguida, jornalistas perguntaram se o próprio Heleno falaria sobre o assunto. “Eu não”, reagiu o ministro enquanto deixava o local.

Depois, ao chegar no Ministério da Defesa para um almoço, Bolsonaro também disse que não falaria sobre a publicação de Carlos. “Não, não, não. Pergunta pra ele”, disse.

Na segunda-feira, 1, Carlos criou novo conflito com a ala militar do governo ao criticar a atuação do GSI. Em uma rede social, o parlamentar respondeu a uma publicação sobre a prisão de um militar da Aeronáutica com 39 kg de cocaína na Espanha, na semana passada. “Por que acha que não ando com seguranças? Principalmente oferecidos pelo GSI?”, questionou Carlos. Sem citar diretamente o nome de Augusto Heleno, o vereador afirmou que a grande maioria dos integrantes do Gabinete de Segurança até pode ser bem intencionada, mas eles “estão subordinados a algo que não acredita”.

O encontro com Heleno foi seguido de um almoço no Ministério da Defesa. Além Fernando Azevedo e Silva, ministro da Defesa, e Heleno, estiveram presentes representantes das Três Forças – Exército, Marinha e Aeronáutica.

Ao deixar o local, Jair Bolsonaro confirmou que eles conversaram sobre o sargento da Aeronáutica preso com 39 quilos de cocaína em Sevilla, na semana passada, e que as investigações estão em andamento. O militar fazia parte da comitiva de apoio presidencial que viajava a Osaka, no Japão, para o encontro G-20. Segundo o presidente, uma equipe da Aeronáutica vai até a Espanha interrogar o militar que foi preso. “Todos nós achamos que não é a primeira vez que esse militar mexeu com drogas”, avaliou.