A iTunes Apps Store tem mais de 250 mil aplicativos e gera cerca de US$ 1 bilhão em receitas para a Apple. O Android, sistema operacional do Google, já atingiu a marca de 140 mil programas. A Nokia, Research in Motion (que fabrica o Blackberry) e Samsung já desenvolveram lojas para vender esses pequenos pedaços de software que dão uma nova dimensão aos celulares. 

 

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Flávio Ferreira > Tim Brasil ”O iPhone é um celular que todo mundo quer. O Java é o que todos têm”

 

Agora, chegou a vez de as empresas de telefonia entrarem neste filão que vai gerar US$ 6,7 bilhões em receitas no mundo em 2010. A operadora de origem italiana TIM estreia, nesta semana, sua loja de aplicativos no Brasil com a aposta da venda de softwares para celulares com o sistema Java, que são menos sofisticados do que um smartphone, e representam uma base de mais de 100 milhões de aparelhos em uso, de acordo com estimativas do mercado. 

 

“O iPhone é um celular que todo mundo quer. O Java é o que todos têm”, diz Flávio Ferreira, gerente de serviços de valor agregado da TIM e responsável pela loja. “Queremos popularizar os aplicativos.”

 

A TIM AppShop, nome da loja da empresa de telefonia, começa com 500 aplicativos de desenvolvedores nacionais e internacionais que podem ser baixados para mais de 100 celulares do portfólio da operadora, de fabricantes como Nokia, Samsung, LG, Motorola e Sony Ericsson. 

 

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Ela não é a primeira loja do seu gênero, pois a rival Vivo conta com um serviço similar com mais de 700 programas para celulares. A Oi tem um blog em que indica aplicativos. A Claro informou que terá em breve uma área para venda de soft-ware para aparelhos móveis. 

 

A novidade da TIM é o seu modelo de negócios.  O projeto, uma parceria com a companhia americana Qualcomm, que desenvolveu a plataforma pelo qual os programas serão vendidos, vai trazer receita para a companhia em diversas frentes. A primeira delas é com as vendas dos aplicativos para celulares. 

 

Esse dinheiro vai ser dividido com os desenvolvedores e com a Qualcomm. A segunda é com publicidade, que poderá ser exibida nos softwares que são gratuitos. “As condições comerciais nos animaram a participar”, declara Peter Hanser, sócio da Nano Games, uma pequena empresa que desenvolve jogos para celulares. 

 

A Mobooks, que faz um aplicativo para leitura de livros em aparelhos móveis, também aderiu. “Apostamos em um mercado que tivesse maior penetração e com várias formas de ganhar dinheiro”, diz Filipe Diniz, um dos fundadores da empresa. A TIM não forneceu nenhuma projeção de receita que pretende com a loja.

 

Mas a forma mais importante de receita para a TIM é indireta. Apesar de a empresa não cobrar o acesso à internet para quem navega via celular na loja e pelo download dos aplicativos, a maioria dos softwares precisa de uma conexão à web para funcionar. 

 

Quanto mais programas forem baixados, maior a necessidade de usar a sua rede de dados. Nos seis primeiros meses de 2010, a TIM faturou mais de R$ 1 bilhão com isso. A receita desta modalidade já representou mais de 14% do faturamento da empresa no segundo trimestre deste ano.  Há 12 meses, era 9%.

 

A companhia lançou também planos pré-pagos para acesso à internet, como forma de incentivar o uso da rede por meio da loja de aplicativos. “O tráfego de dados é meu produto principal”, admite Ferreira. Mas ele também sabe que celular sem um aplicativo, atualmente, é como um relógio sem horas. Aliás, quem precisa de um relógio quando se tem um celular?