A Autoridade de Proteção de Dados da Noruega multou o Grindr, aplicativo de namoro direcionado para a comunidade LGBTQIA+, em US$ 11,7 milhões (R$ 62,9 milhões no câmbio de hoje, 28), por divulgar ilegalmente detalhes privados sobre seus usuários para empresas de publicidade.

O órgão afirmou ao The New York Times que o aplicativo transmitiu a localização precisa dos usuários, códigos de rastreamento e o nome utilizado no aplicativo para pelo menos cinco empresas de publicidade. As informações destacavam os indivíduos como LGBTQIA+ sem o seu consentimento explícito, o que viola a lei europeia de proteção de dados.

+ Facebook continua perdendo usuários ativos nos EUA e no Canadá

O Grindr compartilhou os detalhes privados dos usuários com, entre outras empresas, o MoPub, plataforma de publicidade do Twitter, que por sua vez pode compartilhar dados com mais de 100 parceiros.

O chefe do departamento de Proteção de Dados, Tobias Judin, explicou que essas práticas de mineração de dados no Grindr não apenas violaram os direitos de privacidade europeus, mas também podem colocar os usuários em risco em países como o Catar e o Paquistão, onde atos sexuais consensuais entre pessoas do mesmo sexo são ilegal.

A punição acontece um ano depois que grupos europeus sem fins lucrativos apresentaram queixas contra o Grindr e seus parceiros de publicidade junto aos reguladores de proteção de dados. Na época, foi descoberto que a versão Android do aplicativo compartilhava informações de localização extremamente precisas.

Em comunicado, um porta-voz do Grindr disse que a empresa obteve “consentimento legal válido de todos” seus usuários na Europa em várias ocasiões e estava confiante de que sua “abordagem à privacidade do usuário é a primeira da classe” entre os aplicativos sociais.